Um bate-papo no canal CNBC entre Veronica Clark, economista do Citi, e Peter Boockvar, CIO do Bleakley Advisory Group, chamou a atenção do mercado de ações com análises e previsões sobre o estado dos EUA e a tão esperada decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros.
Clark apontou que os investidores podem esperar o primeiro corte de juros do Fed já em junho de 2024, com a tendência de continuar nos próximos encontros.
Essa previsão contrasta com o crescimento de 2% do PIB no último trimestre, um número inferior aos 5% do trimestre anterior e que acende a luz amarela para alguns especialistas.
Boockvar, por sua vez, pintou um quadro mais abrangente.
Ele destacou a disparidade entre os hábitos de consumo: enquanto a elite segue gastando firme em viagens e lazer, as classes média e baixa apertam o cinto, trocando pneus velhos por modelos mais baratos e priorizando as despesas essenciais. Isso, segundo ele, indica um desaquecimento que a alta dos juros, mesmo com atraso, pode aprofundar nos próximos anos.
Clark corroborou a visão de um cenário misto, apontando para a desaceleração do mercado de trabalho no final de 2023. Baixos índices de contratação e aumento de inadimplência nas famílias reforçam sua cautela.
“Não se deixe enganar pelo PIB de 2%. Precisamos olhar com lupa o impacto do mercado de trabalho e das decisões do Fed na atividade econômica”.
A conversa esquentou quando o assunto girou em torno da trajetória dos juros. Clark reafirmou sua previsão de cortes a partir de junho, enquanto Boockvar pregou cautela.
“Eu adotaria uma abordagem mais gradual. Cortes precipitados podem trazer mais problemas do que soluções”.