Na última quinta-feira, a Ark Invest, empresa de investimentos liderada por Cathie Wood e conhecida por suas apostas em tecnologia, divulgou uma nova projeção ousada para o preço do Bitcoin até 2030: a criptomoeda pode alcançar até US$ 2,4 milhões por unidade, segundo o relatório mais recente da companhia.
Essa previsão foi revista para cima em relação às estimativas anteriores, divulgadas anualmente no relatório Big Ideas da Ark. A nova análise introduz um modelo mais sofisticado, que vai além dos tradicionais cálculos baseados em tamanho de mercado total e taxas de penetração. Agora, a Ark incorporou uma variável adicional à equação: a oferta “ativa” de Bitcoin.
Essa nova abordagem exclui da conta moedas perdidas ou mantidas em carteiras inativas por longos períodos, o que dá uma perspectiva mais realista sobre a circulação efetiva da criptomoeda. Segundo o documento, a “vitalidade da rede” do Bitcoin — que mede a atividade das moedas em circulação — tem se mantido em torno de 60% desde o início de 2018. Isso significa, de acordo com os analistas da Ark, que cerca de 40% da oferta total estaria “trancada”, ou seja, fora de circulação prática.
Com essa variável incorporada, a Ark atualizou seus cenários de preço. No caso mais pessimista, o valor do Bitcoin ainda atingiria US$ 500 mil por unidade. No cenário otimista, o valor dispararia para US$ 2,4 milhões. Isso representa uma elevação de aproximadamente 40% em relação ao modelo base anterior, que não considerava a distinção entre oferta ativa e total.
O relatório também destacou os principais motores por trás da possível valorização do ativo: o reconhecimento do Bitcoin como uma versão digital do ouro, a crescente adesão institucional através de ETFs de mercado à vista, o uso em economias emergentes como proteção contra instabilidade, e a crescente alocação por empresas que buscam diversificar seus tesouros corporativos.
Embora essas estimativas pareçam ambiciosas, a Ark não está sozinha nesse otimismo. Outros nomes relevantes do setor cripto também já projetaram valores ainda mais altos. Em setembro, Michael Saylor, presidente da Strategy e cofundador da MicroStrategy, previu que o preço do Bitcoin pode alcançar até US$ 13 milhões nos próximos 21 anos. Já Brian Armstrong, CEO da Coinbase, comentou em janeiro que vê o ativo digital chegando à faixa dos “vários milhões”.
Apesar dessas projeções astronômicas, o preço atual do Bitcoin segue longe do seu recorde. Embora tenha ultrapassado os US$ 95 mil na sexta-feira — a primeira vez em dois meses —, a moeda digital ainda está abaixo do seu pico histórico de quase US$ 109 mil, registrado em janeiro deste ano.