Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), alfinetou o mercado de criptomoedas mais uma vez. Durante uma entrevista à CNBC, Gensler afirmou que não vê necessidade de mais moedas digitais, reforçando que já contamos com o dólar americano, euro e iene em formatos digitais.
Desde que assumiu a presidência da SEC em 2021, Gensler tem intensificado a repressão à indústria de ativos digitais. Como parte de seu controle mais rígido, a SEC tem mirado as principais exchanges norte-americanas de criptomoedas, como a Kraken, Bittrex e Coinbase, acusando-as de venderem títulos não registrados.
Em meio à polêmica, Gensler comparou as funções que as exchanges de criptomoedas têm assumido com operações que não seriam aceitas no setor financeiro tradicional dos Estados Unidos. Ele citou como exemplo hipotético a Bolsa de Valores de Nova York operando um fundo de hedge.
O maior golpe da SEC veio quando a Coinbase, maior exchange de criptomoedas do país, foi processada por supostamente vender títulos não registrados e não se registrar devidamente.
Logo depois, a Binance, maior exchange de ativos digitais do mundo, recebeu 13 acusações civis. A alegação é que a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao, utilizaram de maneira inadequada e misturaram fundos dos clientes.
Os efeitos da gestão de Gensler à frente da SEC não passaram sem críticas. Legisladores, sobretudo republicanos, argumentam que as medidas mais duras e a falta de clareza podem asfixiar a inovação na maior economia mundial. O representante Warren Davidson (R-OH) manifestou-se dizendo que planeja introduzir uma legislação para a demissão de Gensler.
A polêmica sobre a regulação dos ativos digitais ganhou mais atenção depois da queda da FTX, uma exchange que entrou em colapso rapidamente em novembro passado, devido à uma suposta gestão criminosa. A acusação é de que a exchange misturou fundos dos clientes com sua empresa irmã, a Alameda Research, para fazer apostas arriscadas.