Em março de 2023, o Serviço Secreto dos Estados Unidos começou a agir contra um esquema de fraude envolvendo investimentos falsos em criptomoedas. As autoridades conseguiram apreender parte dos fundos roubados de uma conta bancária internacional, com o objetivo de devolver um total de US$ 7 milhões a vítimas de um golpe de engenharia social. Esse golpe foi elaborado de forma a enganar os investidores a enviarem dinheiro para plataformas fraudulentas, que se passavam por sites legítimos de criptomoeda.
Os golpistas iniciavam o contato com as vítimas, criando um relacionamento de confiança antes de direcioná-las para sites que imitavam exchanges confiáveis de criptomoedas. Após os depósitos realizados pelas vítimas, os valores eram transferidos por meio de mais de 75 contas bancárias de empresas fictícias. Essas transações, inicialmente tratadas como transferências nacionais, eram, na verdade, enviadas para bancos localizados no exterior, de forma enganosa.
De acordo com o Gabinete do Procurador dos EUA do Distrito Leste da Virgínia, os criminosos manipulavam as vítimas ao fazer parecer que seus investimentos estavam gerando grandes lucros. Contudo, quando tentavam retirar os fundos, eram pressionadas a enviar ainda mais dinheiro, sob a falsa alegação de que precisavam pagar impostos sobre os ganhos falsificados.
Em uma tentativa de reaver o dinheiro, o Serviço Secreto dos EUA iniciou um processo de confisco civil, com o qual buscaram recuperar os valores roubados. O processo envolveu um tribunal distrital, onde o banco estrangeiro envolvido na operação também apresentou uma reivindicação sobre os fundos. Após negociações, foi acordado que os US$ 7 milhões seriam devolvidos às vítimas, e essas pessoas foram orientadas a procurar o Serviço Secreto para formalizar a recuperação dos valores perdidos.
Em relação ao aumento de crimes envolvendo criptomoedas, a empresa de análise blockchain Chainalysis publicou seu Relatório de Crimes em Criptomoedas de 2025, apontando que o crime digital agora se encontra em uma fase mais sofisticada, com grupos cibernéticos altamente organizados. A evolução das fraudes foi destacada por outras autoridades também. A polícia federal australiana, por exemplo, alertou, no dia 21 de março, sobre um golpe que estava afetando usuários de criptomoedas. Esse golpe se utilizava de um ID falsificado, imitando exchanges como a Binance, para enganar as vítimas.
Além disso, houve um aumento no número de tentativas de fraudes via mensagens fraudulentas, como aquelas identificadas por usuários da plataforma X (anteriormente Twitter) no dia 14 de março. Nesse caso, as mensagens tentavam enganar os usuários a criarem novas carteiras de criptomoeda, fornecendo frases de recuperação que, na realidade, eram controladas pelos fraudadores.
A cibersegurança também registrou novos tipos de ataques. Em 18 de março, a empresa Malwarebytes alertou sobre um grupo que estava utilizando um malware disfarçado de versão pirata do TradingView Premium para roubo de criptoativos. Por sua vez, a equipe de resposta a incidentes da Microsoft, no dia 17 de março, identificou um trojan de acesso remoto que estava atacando criptoativos armazenados em 20 extensões de carteiras de criptomoedas, especificamente para o navegador Google Chrome.
Esses eventos refletem uma crescente ameaça de fraudes e crimes cibernéticos no universo das criptomoedas, mostrando a profissionalização de tais esquemas e a complexidade dos ataques direcionados aos usuários.
