Em uma recente sessão marcada por acusações e trocas verbais acaloradas, Glaidson Acácio dos Santos, apelidado de “Faraó do Bitcoin”, participou remotamente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes financeiras no país. Glaidson está atualmente detido no presídio federal de Catanduvas, Paraná, e enfrenta várias acusações, incluindo encomendas de assassinatos e posse de empresas estrangeiras.
Ao longo da CPI, Glaidson se viu alvo de uma série de questionamentos agressivos dos deputados. Entre as acusações levantadas, foi questionado sobre a atuação de sua empresa, a GAS Consultoria, assim como os rumores de possuir empresas no exterior, algumas das quais supostamente em nome de sua esposa, Mirelis Zerpa.
O corretor de criptomoedas Wesley Pessano, que foi tragicamente assassinado em 2021, tornou-se um ponto central da discussão. Apesar da negação de Glaidson de qualquer envolvimento na morte de Pessano, a defesa do falecido corretor afirma que Glaidson ofereceu R$ 2 milhões pela carteira de clientes de Pessano, e que a recusa desta oferta teria motivado o assassinato.
Zé Haroldo Cathedral (PSD/RR) e Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) foram os deputados mais confrontadores durante a sessão. Zé Haroldo fez comparações entre Glaidson e Bernie Madoff, condenado nos EUA por fraudes financeiras, enquanto Lafayette questionou as ligações internacionais de Glaidson e sugeriu que ele estaria usando testas de ferro em seus negócios.
Durante a sessão, Glaidson negou todas as acusações de atividades ilegais e defendeu sua empresa como uma plataforma legítima de negociações de criptomoedas. Declarou que a GAS apenas parou de pagar os clientes por causa da intervenção da Polícia Federal na Operação Kryptos de 2021.
Glaidson também foi questionado sobre o valor do patrimônio da GAS no momento da operação que resultou em sua prisão. No entanto, ele se recusou a fornecer detalhes sobre a questão. Ele também não respondeu a perguntas sobre detalhes específicos do negócio, como a lista de principais clientes, contratos com clientes, e as empresas de intermediação de pagamento envolvidas com a GAS.
Apesar das inúmeras alegações e acusações, Glaidson manteve sua posição de que devolverá o dinheiro de todos os seus clientes e afirmou que sua empresa não era uma pirâmide financeira. Em uma declaração surpreendente, ele também alegou que tinha membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como clientes, embora não tenha fornecido provas para sustentar a afirmação.