Segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, cerca de um terço dos países terão pelo menos dois trimestres consecutivos de contração econômica neste ou no próximo ano.
Nesse sentido, a instituição já rebaixou suas projeções de crescimento global três vezes. Agora espera 3,2% para 2022 e agora 2,9% para 2023, projetando um crescimento econômico mundial menor em US$ 4 trilhões até 2026.
A fala da diretora do fundo foi proferida durante um evento na Universidade de Georgetown, em Washington, EUA, na manhã da última quinta-feira (6).
De acordo com Georgieva, a guerra que a Rússia empreende na Ucrânia, que começou em fevereiro, mudou drasticamente a perspectiva do FMI sobre a economia. Para a diretora, o atual ambiente econômico é um “período de fragilidade histórica”.
Além disso, durante o encontro, Georgieva disse que mesmo que países não entrem em recessão, vão “sentir” as consequências por conta da abrangência da crise.
Relatório de projeções econômicas do FMI
As falas de Georgieva externando preocupação com o momento macroeconômico, acontecem pouco antes da publicação do relatório de projeções econômicas da instituição para 2023. A princípio, a expectativa é de que o relatório traga números preocupantes.
Segundo a diretora do FMI, múltiplos choques na estabilidade da economia global como a invasão da Ucrânia pela Rússia, os altos preços de energia e alimentos na Europa, estão entre as principais razões para a revisão negativa nas projeções de crescimento da economia mundial.
Como tentativa de controlar a situação, a instituição vem recomendando aos bancos centrais o controle da inflação através do aumento da taxa de juros.
“Não aumentar o suficiente [as taxas de juros] faria com que a inflação se tornasse desancorada e entrincheirada, o que exigiria que os juros futuros fossem muito mais altos, causando grandes danos ao crescimento e às pessoas”, disse ela.
Por fim, Kristalina Georgieva finalizou seu discurso afirmando não existir “solução rápida para a economia mundial”. Segundo ela, a única saída para este cenário é uma cooperação ampla global.