O governo chinês parece ter liquidado sua reserva de cerca de US$ 20 bilhões em Bitcoin, uma ação que gerou uma pressão significativa de venda sobre a principal criptomoeda do mercado.
De acordo com Ki Young Ju, CEO da plataforma de análise de blockchain CryptoQuant, o governo chinês vendeu mais de US$ 19,7 bilhões em Bitcoin até 23 de janeiro de 2025. Essa criptomoeda foi confiscada pelas autoridades em 2019, como parte da operação contra o esquema Ponzi PlusToken, que levou à prisão de pelo menos 109 pessoas. Ju sugere que os Bitcoins confiscados foram transferidos para bolsas de criptomoedas, como a Huobi.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), Ju afirmou que, na sua opinião, a China já havia vendido cerca de 194 mil Bitcoins. Ele também destacou que, embora o governo chinês tenha afirmado que as criptomoedas foram “transferidas para o tesouro nacional”, não foi esclarecido se elas foram efetivamente vendidas ou apenas armazenadas. Ju, com um tom crítico, comentou que “um regime censurado que detém uma moeda resistente à censura parece improvável.”
Essa venda massiva aconteceu mais de quatro anos após o confisco de aproximadamente US$ 4,2 bilhões em criptomoedas, um evento que gerou grande repercussão no mercado de criptoativos. Mesmo com a liberação de tantos Bitcoins no mercado, o valor da moeda digital não sofreu uma queda drástica. Em 23 de janeiro, o preço do Bitcoin se manteve acima dos US$ 101.000.
A resistência do Bitcoin em manter seus níveis de preço pode ser atribuída em parte ao comportamento de investidores institucionais. A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, tem sido um comprador constante da criptomoeda.
Dados da Farside Investors indicam que a BlackRock adquiriu Bitcoin por cinco dias consecutivos. Em 21 de janeiro, o fundo de índice de Bitcoin da empresa fez uma compra significativa, adquirindo US$ 600 milhões em Bitcoin, a maior transação do ano até o momento, conforme informações da Arkham Intelligence.
Apesar disso, o mercado de Bitcoin ainda segue vulnerável aos eventos econômicos e à falta de avanços nas regulamentações sobre criptomoedas nos Estados Unidos, o que mantém o mercado em um estado de expectativa e cautela.