Caroline Ellison, ex-diretora da Alameda Research e antiga namorada de Sam Bankman-Fried, da FTX, enfrentou o tribunal nesta terça-feira (24), sendo condenada a dois anos de prisão por seu papel em um dos maiores escândalos de fraude no setor de criptomoedas. A decisão veio após meses de colaboração dela com as autoridades, o que foi reconhecido pelo juiz Lewis Kaplan, que destacou a importância de sua cooperação para o andamento das investigações.
Durante o julgamento, Ellison se mostrou profundamente arrependida, refletindo sobre o impacto devastador de suas ações. Em um momento de intensa emoção, chegou a chorar enquanto se desculpava publicamente com as vítimas. Seu advogado, Anjan Sahni, argumentou que, apesar de seus erros, Ellison é uma pessoa de bom caráter e, aos 29 anos, ainda pode fazer algo de significativo no futuro. Ele tentou evitar a pena de prisão, apelando ao fato de que sua cliente já havia demonstrado arrependimento e recuperado seu senso de moralidade.
A redução de sua sentença foi concedida em grande parte por causa de sua colaboração com as investigações. O juiz Kaplan, no entanto, foi firme ao afirmar que, independentemente de sua cooperação, era necessário aplicar uma punição pelo papel que desempenhou na fraude. Ainda assim, a promotoria, representada por Danielle Sassoon, reconheceu que uma sentença mais branda era apropriada, considerando a ajuda crucial de Ellison para expor os crimes do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried.
Nos depoimentos apresentados durante o julgamento de Bankman-Fried, Ellison revelou detalhes importantes, incluindo como ele a orientou a manipular os registros financeiros da Alameda Research para ocultar a verdadeira situação econômica da empresa. Ela também confessou que a Alameda tinha acesso irrestrito aos fundos dos clientes da FTX, um fator determinante para o colapso da corretora.
O escândalo que envolveu a FTX foi um dos maiores já registrados no mundo das criptomoedas, com bilhões de dólares desaparecendo após a quebra da empresa. Desde o início das investigações, Ellison optou por colaborar integralmente com as autoridades, admitindo seu envolvimento e fornecendo informações cruciais que ajudaram a desmantelar o esquema. Além da pena de prisão reduzida, ela também concordou em devolver aproximadamente US$ 11 bilhões, valor que representa as perdas sofridas por investidores e usuários.
Embora sua colaboração tenha sido fundamental, o juiz Kaplan deixou claro que não há escapatória da punição para crimes dessa magnitude, mesmo para aqueles que cooperam com a justiça. Agora, Ellison cumprirá sua sentença, possivelmente em uma prisão de segurança mínima. Segundo seu advogado, ela ainda tem tempo e oportunidade para reconstruir sua vida e fazer algo positivo no futuro, após pagar sua dívida com a sociedade.