A FTX, um dos maiores nomes do mercado de criptomoedas, entrou com um pedido de falência no final de 2022, desencadeando uma série de ações judiciais para tentar recuperar ativos. Recentemente, a empresa alcançou um acordo com a Bybit, seus executivos e a Mirana, braço de investimento associado, no qual espera-se que receba cerca de $228 milhões. Essa quantia é vista como crucial para auxiliar na quitação das dívidas com os credores da exchange.
O acordo, detalhado em um registro judicial de 24 de outubro, encerra um litígio iniciado em 2023 pela FTX, que buscava recuperar ativos em benefício de antigos clientes e credores. Se aprovado pelo tribunal, o acordo prevê que a FTX recupere $175 milhões em ativos digitais mantidos na plataforma da Bybit e venda $52,7 milhões em tokens BIT para a Mirana Corp. O FTX argumentou que essa decisão é do “melhor interesse” de todos os envolvidos e que representa um resultado mais garantido do que prosseguir com a litigação, que poderia consumir recursos essenciais para os pagamentos aos credores. Além disso, a FTX solicitou uma dispensa do habitual período de espera de 14 dias para a distribuição dos ativos, visando acelerar o processo.
A audiência para discutir o futuro do acordo está marcada para o dia 20 de novembro de 2024, às 14h, horário da Costa Leste dos EUA.
A falência da FTX, ocorrida quase dois anos atrás, foi um marco significativo no setor de criptomoedas. Um ano após o colapso da exchange, a FTX ajuizou a ação contra a Bybit e a Mirana, buscando recuperar a quantia de $1 bilhão. A acusação principal era de que a Bybit teria utilizado seu acesso “VIP” à FTX para retirar valores em dinheiro e ativos avaliados em centenas de milhões, mesmo após a exchange ter suspendido as retiradas para outros usuários. Além disso, alegou-se que a Bybit reteve ativos da FTX em sua plataforma, agindo como se estivesse segurando esses bens “como reféns”.
Esse acordo ocorre na esteira da aprovação do plano de falência da FTX, que aconteceu em 7 de outubro, confirmando que os credores da exchange receberão 98% do que devem, com uma recuperação projetada entre $14,7 bilhões e $16,5 bilhões. A maior parte dessa quantia se deve à recuperação de ativos junto a diversas entidades, incluindo o Departamento de Justiça dos EUA e reguladores estrangeiros.
A queda da FTX desencadeou uma série de ações judiciais e acordos, colocando a empresa e sua companhia irmã, Alameda, no centro de um dos maiores casos de enforcement regulatório já vistos nos Estados Unidos. As penalidades acumuladas alcançam a impressionante cifra de $12,7 bilhões, o que representa a maior multa já imposta a empresas do setor de criptomoedas, segundo dados da CoinGecko.