A FTX será investigada por um examinador independente, segundo determinou o Tribunal de Recursos do Terceiro Circuito, em Filadélfia, na última sexta-feira (19).
Essa decisão reverte o posicionamento anterior do Juiz de Falências de Delaware, John Dorsey, que havia negado a demanda por uma investigação externa.
A necessidade de uma auditoria independente foi defendida pelo U.S. Trustee, órgão do Departamento de Justiça responsável pela supervisão de processos falimentares.
O atual CEO da FTX, John Ray III, liderava uma investigação interna, mas o juiz Luis Felipe Restrepo apontou limitações nessa abordagem.
Em sua decisão, Restrepo argumentou que um examinador independente é de extrema importância por diversas razões, tais como:
- Neutralidade: A imparcialidade de um investigador externo é fundamental para garantir a credibilidade e a profundidade da investigação. Na situação atual, existem preocupações sobre a permanência de funcionários da FTX potencialmente envolvidos em fraudes dentro da empresa. Além disso, o escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, que representa a FTX, anteriormente prestava consultoria à empresa antes da falência.
- Transparência para o setor cripto: O colapso da FTX levantou diversos questionamentos sobre as práticas da indústria de criptomoedas. Uma investigação independente poderia trazer à luz detalhes sobre o uso de tokens como FTT para inflacionar o valor da FTX e da Alameda Research, servindo como um alerta para potenciais investidores em relação a riscos ocultos em outras empresas do setor.
- Exigência legal: O Código de Falências dos Estados Unidos determina a obrigatoriedade da nomeação de um examinador independente quando a dívida do devedor ultrapassa US$5 milhões, o que claramente se aplica à FTX.