A empresa de criptomoedas FTX recebeu aprovação judicial para seguir com seu plano de recuperação financeira, permitindo que clientes lesados durante seu colapso comecem a ser reembolsados. A decisão veio após o Tribunal de Falências dos EUA dar sinal verde para que a companhia utilize até US$ 16,5 bilhões em ativos recuperados desde a sua queda, ocorrida em 2022.
O juiz John Dorsey, responsável pela aprovação do plano, elogiou o caso da FTX como um exemplo de como navegar processos de falência complexos sob o Capítulo 11. A audiência aconteceu em Wilmington, Delaware, e marcou um passo crucial para a empresa que já foi um dos principais nomes do mercado de criptomoedas.
O plano aprovado inclui uma série de acordos, contemplando clientes da FTX, credores, agências governamentais dos EUA e liquidadores envolvidos no encerramento das operações da empresa fora do país. A prioridade será dada aos clientes da plataforma de criptomoedas, antes de qualquer outro tipo de indenização ou pagamento de multas a órgãos reguladores.
Com essa aprovação, a FTX planeja ressarcir 98% de seus clientes que possuem contas com até US$ 50 mil, em um período de 60 dias após a efetivação do plano, cuja data ainda não foi definida. Esse passo é considerado essencial para reconquistar a confiança dos usuários da plataforma, que perderam milhões com o colapso.
O colapso da FTX, que antes era uma gigante do setor, foi precipitado por descobertas de que Sam Bankman-Fried, fundador da empresa, havia desviado fundos de clientes para cobrir investimentos de risco feitos por sua empresa de hedge, a Alameda Research. Bankman-Fried foi condenado em março deste ano a 25 anos de prisão por roubo de fundos da FTX, mas segue tentando reverter sua condenação por meio de apelação.