A Advocacia-Geral da União (AGU) intensificou o cerco contra os responsáveis por um gigantesco esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa forma, os indícios apontam que o grupo criminoso utilizou criptomoedas para esconder e transferir valores ao exterior. As investigações, que vêm sendo conduzidas nos últimos anos, revelam um desvio estimado em US$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.
Como parte das medidas para impedir a movimentação de recursos e a fuga dos investigados, a AGU solicitou ao Judiciário a apreensão dos passaportes de todos os dirigentes das entidades envolvidas. O objetivo é evitar que deixem o território nacional ou realizem qualquer operação patrimonial internacional.
Paralelamente, a AGU também encaminhou um pedido formal para que corretoras de criptomoedas identifiquem e bloqueiem possíveis ativos digitais em nome dos suspeitos. Segundo o ministro Jorge Messias, há evidências contundentes de que os fraudadores utilizaram criptoativos como instrumento para ocultar o patrimônio desviado de aposentados e pensionistas.
“Nós temos relatos dos órgãos de inteligência que apontam para uma estratégia de ocultação patrimonial fora do Brasil, com uso expressivo de criptomoedas. Por isso estamos adotando todas as medidas cabíveis para localizar esses ativos”, afirmou o ministro.
Até o momento, a operação deflagrada pela AGU executou 211 mandados de busca e apreensão distribuídos por 13 estados e o Distrito Federal, além de ter cumprido seis mandados de prisão temporária. Embora o número exato de dirigentes investigados não tenha sido revelado, o volume e alcance da ação demonstram a gravidade da fraude.
O bloqueio de bens já solicitado pela AGU ultrapassa os US$ 2,56 bilhões, valor que ainda pode crescer com o avanço das apurações. Jorge Messias reforçou que o montante atual representa apenas uma estimativa inicial e que o trabalho de investigação e recuperação de ativos permanece em curso.
