Em 21 de fevereiro, o mercado de criptomoedas foi abalado por um hack histórico, quando a exchange Bybit teve um prejuízo superior a US$ 1,4 bilhão em ativos digitais, incluindo Ether líquido apostado (STETH), Mantle Staked ETH (mETH) e outras criptos.
A invasão não só teve um impacto significativo na confiança dos investidores, mas também gerou um intenso esforço de rastreamento dos fundos roubados, que envolvem uma movimentação impressionante de mais de US$ 335 milhões.
Nas últimas 24 horas desde o ataque, dados on-chain revelaram que o hacker conseguiu movimentar 45.900 Ether, o que equivale a aproximadamente US$ 113 milhões. Isso eleva o total de criptomoedas lavadas para mais de 135.000 ETH, ou US$ 335 milhões, com o criminoso mantendo cerca de 363.900 ETH no endereço associado, totalizando algo em torno de US$ 900 milhões. De acordo com o analista de blockchain, EmberCN, no ritmo atual, o hacker poderá limpar os fundos restantes em apenas 8 a 10 dias.
Especialistas em segurança cibernética, como a Arkham Intelligence, apontaram o Lazarus Group, um grupo hacker vinculado à Coreia do Norte, como o principal suspeito por trás da exploração da Bybit. Esse grupo tem um histórico de ataques em larga escala e continua sendo monitorado por investigadores.
Quatro dias após o ataque, no dia 25 de fevereiro, o CEO e cofundador da Bybit, Ben Zhou, fez uma declaração contundente, afirmando “guerra” ao Lazarus Group, sinalizando o compromisso da empresa em recuperar os ativos roubados e responsabilizar os criminosos.
Enquanto as investigações continuam, a Elliptic, empresa especializada em análise de blockchain, identificou mais de 11.000 endereços de carteiras de criptomoedas suspeitas de estarem envolvidas no hack. Esse número deve aumentar conforme mais dados sejam analisados.
Apesar do golpe devastador, a resposta da Bybit tem sido vista por alguns especialistas como uma oportunidade para restaurar a confiança nas exchanges centralizadas (CEXs).
Dan Hughes, fundador da Radix, uma plataforma de finanças descentralizadas, elogiou a postura da Bybit após o ataque, afirmando que a forma como a exchange lidou com a situação ajudou a evitar uma queda ainda maior no mercado. Hughes sugeriu que a atuação da Bybit poderia recuperar parte da confiança nas CEXs, desde que a empresa mantenha a responsabilidade pela custódia dos ativos de seus clientes.
A Bybit se comprometeu a honrar os saques e, até 24 de fevereiro, apenas três dias após o incidente, já havia reembolsado os US$ 1,4 bilhão roubados. No entanto, é importante observar que o hack da Bybit já representa mais da metade do valor total roubado em ataques a criptomoedas no ano de 2024, que somam US$ 2,3 bilhões, sinalizando um grande revés para o setor de criptoativos.
Este ataque é um dos maiores da história das criptomoedas, mas a resposta da Bybit até o momento tem sido vista como uma tentativa de restaurar a confiança do mercado em exchanges centralizadas e sua capacidade de proteger os ativos dos usuários.