Na madrugada desta quarta-feira (31), a blockchain Terra, conhecida por estar associada à criptomoeda falida LUNA, foi alvo de um ataque hacker que resultou na drenagem de milhões de tokens da rede. Para conter a situação, a produção de blocos foi interrompida temporariamente.
Segundo a empresa de segurança de blockchain Beosin, o ataque hacker explorou uma vulnerabilidade conhecida e dreno mais de US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 22 milhões) em tokens de pontes, incluindo 60 milhões de tokens ASTRO, 2,7 BTC, além de US$ 3,5 milhões em USDC e US$ 500 mil em USDT.
Essa falha estava ligada à implementação de um contrato malicioso da CosmWasm, relacionado à “vulnerabilidade de reentrada no retorno de chamada de tempo limite do ibc-hooks”, um componente do protocolo de comunicação entre redes de blocos (IBC) usado para trocas entre redes.
Em uma publicação no X, a equipe da Terra informou que a blockchain seria pausada no bloco 11430400. Isso permitiu que os validadores aplicassem um patch de emergência para resolver a exploração. Após a correção, a rede retomou suas operações por volta das 1h19 (horário de Brasília), com mais de 67% do poder de voto dos validadores implementando as mudanças necessárias para barrar o ataque.
O impacto do ataque refletiu-se no mercado, com o preço do token ASTRO da Astroport despencando para um mínimo histórico de US$ 0,01314. Posteriormente, o token se recuperou parcialmente, sendo negociado a US$ 0,0218, uma queda de mais de 53% no dia, conforme dados do CoinGecko. O token LUNA da Terra também sofreu uma queda, recuando 2,7% no dia, cotado a US$ 0,3944, após ter atingido US$ 0,385 logo após o ataque.
O token Terra (LUNA), agora denominado Terra 2.0, é um hard fork da blockchain original, conhecida como Terra Classic (LUNC). Esta mudança ocorreu após o colapso do ecossistema Terra em 2022, precipitado pelo fracasso da stablecoin algorítmica UST, o que gerou uma crise em todo o ecossistema de criptomoedas.