Hong Kong está desenvolvendo novas políticas fiscais para fortalecer sua posição como um dos principais polos de gestão de riqueza global. Entre as medidas propostas, a região planeja incluir ganhos de investimentos em criptomoedas e outros ativos no regime de isenção fiscal, beneficiando investidores sofisticados e grandes fortunas.
O Escritório de Serviços Financeiros e do Tesouro divulgou um documento de consulta sugerindo a ampliação das isenções fiscais de ganhos de capital. A proposta inclui ativos como propriedades no exterior, créditos de carbono, crédito privado e criptomoedas, visando atender fundos privados e veículos de investimento de escritórios familiares qualificados. Esses planos reforçam a ambição de Hong Kong de se posicionar como um centro de inovação em tecnologia blockchain e finanças.
Embora as diretrizes ainda estejam em fase de consulta, detalhes como a data de implementação permanecem incertos. A proposta também sugere estender os benefícios fiscais para fundos de pensão e doações, aumentando a atratividade de estruturas de fundos e escritórios familiares na cidade.
Hong Kong já oferece incentivos fiscais, como isenção de impostos sobre lucros para determinados fundos privados e escritórios familiares. No entanto, as novas propostas buscam integrar as criptomoedas nesse cenário, um movimento estratégico diante do crescente interesse institucional por esses ativos. Em janeiro, a aprovação de vários ETFs de Bitcoin à vista nos EUA impulsionou o entusiasmo global pelo setor, e Hong Kong busca capturar parte desse otimismo ao atrair investidores para seu território.
No mês passado, Christopher Hui, Secretário de Serviços Financeiros e do Tesouro, destacou a importância de criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do blockchain, especialmente para aplicações financeiras. Em um discurso na FinTech Week de Hong Kong, Hui afirmou que o governo recebe constantes questionamentos sobre os incentivos para estimular o setor.
Além disso, a cidade já vem tomando medidas para consolidar sua posição no mercado de ativos digitais. Em 2023, Hong Kong implementou um sistema de licenciamento para plataformas de negociação de ativos virtuais, exigindo padrões rigorosos de proteção ao investidor e conformidade regulatória. Para complementar, até o final de 2024, um novo marco regulatório exigirá que emissores de stablecoins mantenham reservas em bancos locais, estabeleçam presença física na região e sigam restrições específicas, como a proibição de pagamentos de juros.
Essas iniciativas demonstram o compromisso de Hong Kong em fomentar um ecossistema financeiro moderno e competitivo, enquanto se posiciona como líder no mercado de ativos digitais e blockchain.
