Hoje marca um importante marco no processo de falência da FTX, com o início da distribuição de US$ 16 bilhões a serem pagos aos credores da exchange de criptomoedas, após o colapso da empresa. Este evento é aguardado com ansiedade pelos credores, que esperam recuperar parte de seus ativos perdidos. Em dezembro, a administração da falência da FTX havia comunicado sua intenção de começar os pagamentos dentro de 60 dias após a data efetiva de início do processo.
Embora o total estimado de distribuição varie entre US$ 14,7 bilhões e US$ 16,5 bilhões, a primeira rodada de pagamentos será mais restrita, priorizando as classes de conveniência, ou seja, os credores com reivindicações de até US$ 50.000. A expectativa é que esse grupo receba aproximadamente 119% do valor das suas reivindicações, o que inclui o principal e os juros acumulados. Estima-se que o valor total dessa primeira distribuição seja de cerca de US$ 1,2 bilhão.
De acordo com Sunil Kavuri, advogado especializado na defesa dos credores da FTX, aqueles que possuem reivindicações superiores a US$ 50.000 serão contemplados com uma parte de um fundo separado de US$ 10,5 bilhões. Contudo, a distribuição para esse grupo deverá demorar mais tempo, com um cronograma mais longo para o pagamento.
Para a realização das distribuições iniciais, a FTX designou as plataformas BitGo e Kraken para gerenciar os pagamentos tanto para os clientes individuais quanto para os institucionais, em jurisdições que oferecem suporte a essas operações.
Para que os clientes da FTX possam ser elegíveis para receber seus pagamentos, é necessário que completem a verificação KYC (Conheça Seu Cliente), enviem os formulários fiscais através do portal de credores da FTX e escolham entre as plataformas BitGo ou Kraken como responsáveis pela gestão do pagamento. Somente aqueles que cumprirem esses requisitos até a data de registro da distribuição poderão receber o pagamento na data estipulada.
Analistas acreditam que a execução desse plano pode injetar até US$ 2,4 bilhões de volta nos mercados de criptomoedas. Entretanto, também há uma previsão de que uma parte considerável das reivindicações, cerca de US$ 3,9 bilhões, foi adquirida por fundos de crédito, que provavelmente não irão reinvestir esse montante em ativos de criptomoedas. Além disso, uma parcela significativa das reivindicações restantes, cerca de 33%, pertence a países sancionados, insiders ou indivíduos que não completaram a verificação KYC, o que pode impedir que eles recebam os fundos.