Em meio ao avanço da inteligência artificial (IA), autoridades americanas alertam para o potencial da tecnologia em facilitar crimes cibernéticos, como hackers, golpes e lavagem de dinheiro.
Durante a Conferência Internacional de Segurança Cibernética realizada na Universidade Fordham, em Manhattan, especialistas do setor expressaram preocupações sobre as implicações das novas capacidades da IA.
Rob Joyce, diretor de segurança cibernética da Agência de Segurança Nacional (NSA), destacou que as ferramentas de IA podem reduzir significativamente a barreira técnica para a realização de cibercrimes.
“Isso tornará aqueles que usam IA mais eficazes e perigosos”, afirmou.
Contudo, Joyce também reconheceu o potencial da inteligência artificial como ferramenta auxiliar nas investigações e combate a essas atividades ilegais.
James Smith, vice-diretor do escritório do FBI em Nova York, relatou um aumento de ataques cibernéticos facilitados pela IA. E Breon Peace, procurador dos EUA no Brooklyn, ressaltou o surgimento de “deepfakes” gerados por essa tecnologia, capazes de enganar sistemas de prevenção de crimes cibernéticos.
“Isso poderia permitir que criminosos e terroristas abram contas em massa, minando o sistema de controles que desenvolvemos por décadas”, apontou Peace.
As preocupações com deepfakes são compartilhadas por Jimmy Su, chefe de segurança da Binance.
Em entrevista ao Cointelegraph, Su afirmou que essas falsificações profundas estão se tornando cada vez mais capazes de enganar medidas de Know Your Customer (KYC).
“A IA vai superar esses controles ao longo do tempo. Não podemos confiar neles para sempre”, disse Su.
Dados da SumSub revelam um aumento de 10 vezes na utilização de deepfakes em diversos setores globalmente, de 2022 a 2023. No ano passado, figuras públicas como o ator Tom Hanks e o YouTuber MrBeast tiveram que se pronunciar contra deepfakes não autorizados usados para fins comerciais.
