O aumento da dívida nacional dos EUA está gerando grande apreensão entre investidores, à medida que o valor ultrapassa os $35,77 trilhões. Muitos acreditam que o impacto dessa dívida sobre a economia pode ser severo, e uma dessas vozes é a do bilionário e gestor de fundos de hedge Paul Tudor Jones. Ele prevê que a crise resultante dessa dívida inevitavelmente levará a um cenário de inflação galopante, o que torna ativos como ouro e Bitcoin mais atraentes como refúgios financeiros.
Jones não é o único a enxergar a dívida nacional como uma bomba-relógio, mas ele oferece uma visão clara sobre o que pode acontecer. Em uma declaração recente, feita em 22 de outubro, o investidor afirmou que a dívida dos EUA levará a uma pressão inflacionária sem precedentes. Ele explicou que, diante desse aumento insustentável da dívida, o governo pode recorrer ao Federal Reserve para adquirir seus títulos, a fim de pagar as dívidas anteriores. Esse tipo de movimento, apesar de comum ao longo da história, tende a aumentar a oferta de dinheiro no sistema, contribuindo diretamente para a inflação.
Segundo Jones, esse é um processo que se repete ao longo dos séculos. Ele destacou que “todas as estradas levam à inflação” e que essa tem sido a maneira tradicional pela qual as civilizações anteriores se livraram de dívidas insustentáveis: desvalorizando sua moeda por meio da inflação.
Para se proteger dessa espiral inflacionária, Jones aconselha que os investidores busquem ativos que sirvam como um escudo contra a perda do poder de compra. Entre as opções mais recomendadas, ele destaca o ouro, que historicamente tem sido um porto seguro durante períodos inflacionários, e o Bitcoin, que muitos acreditam ser o equivalente digital do metal precioso.
A principal vantagem desses ativos, segundo o bilionário, está na oferta limitada tanto do ouro quanto do Bitcoin, o que os torna mais resistentes à inflação em comparação com moedas tradicionais, cujo fornecimento pode ser ampliado com facilidade pelos governos. Embora o ouro tenha um histórico milenar como reserva de valor, o Bitcoin, mesmo sendo mais recente, tem atraído atenção global como uma alternativa robusta, especialmente em tempos de incerteza econômica.
Em locais onde a inflação já está fora de controle, o Bitcoin se tornou um refúgio comum. Um exemplo recente é o da Turquia, onde, em 2023, a inflação descontrolada fez com que muitos cidadãos recorressem às criptomoedas para proteger seu patrimônio. Em maio daquele ano, mais da metade da população entre 18 e 60 anos já investia em criptoativos, com o Bitcoin sendo o preferido.
Assim, diante da perspectiva de uma inflação acelerada nos EUA, impulsionada pelo crescimento explosivo da dívida nacional, Jones sugere que investidores fiquem atentos a esses ativos que oferecem uma proteção eficaz em tempos de turbulência econômica.