O JPMorgan sugeriu que o governo americano, através do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), possui mecanismos para influenciar o USDT, a maior stablecoin do mercado cripto, apesar de esta não ser uma empresa norte-americana.
Analistas do gigante financeiro, liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, afirmaram que “as autoridades americanas podem exercer algum controle sobre o uso do USDT fora dos EUA através do OFAC“.
Como exemplo, citaram a relação da Tether, emissora da stablecoin, com a Tornado Cash, que foi sancionada pelo OFAC em agosto de 2022. A sanção obrigou a empresa a bloquear carteiras associadas à plataforma de privacidade utilizada na rede Ethereum.
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, rebateu as alegações, sugerindo que a preocupação do JPMorgan se baseia na inveja do desenvolvimento dos serviços financeiros e de pagamento oferecidos pelas criptomoedas.
“As preocupações atuais do JPMorgan parecem estar mais relacionadas à inveja pelo desenvolvimento dos serviços financeiros e de pagamento que eles ignoraram por uma década e agora lamentam porque estão recebendo tanta atenção”, afirmou Ardoino.
Em um ataque mais direto, o executivo ainda mencionou as multas bilionárias aplicadas contra o JPMorgan ao longo dos anos.
“Se eu fosse eles, estaria mais preocupado com o total de multas de US$39 bilhões”, declarou.
Essa não é a primeira vez que Ardoino critica a gestora. No início do mês, por exemplo, ele chamou o banco de “hipócrita” ao defender que a concentração de USDT nas mãos do JPMorgan era negativa para o mercado de criptomoedas.