A Justiça Estadual do Paraná decretou a falência das empresas de Francisley Valdevino da Silva, apelidado pela mídia como “Sheik dos Bitcoins“. A principal delas, Rental Coins, deixou milhares de vítimas no Brasil.
A decisão, divulgada no final da amanhã desta quarta-feira (26), é da juíza Luciane Pereira Ramos, da 2ª Vara de Falências e de Recuperação Judicial de Curitiba.
Em seu despacho, a magistrada afirmou que decretar a falência da empresa Rental Coin terá um efeito sanitizador para o mercado.
“tem efeito saneador ao retirar do mercado empresa através da qual teriam sido cometidas irregularidades que lesionaram número expressivo de credores”, disse a juíza Luciane.
“A finalidade é retirar do mercado empresários sem condições de solver pontualmente suas obrigações para com os credores e colaboradores, estancando ainda a possibilidade de cometimento de irregularidades em prejuízo da sociedade”, completou a magistrada.
Segundo a Polícia Federal, Francisley é suspeito de comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas com cerca de 15 mil pessoas possuem dinheiro investido em empresas dele.
Operação da PF contra o Sheik dos Bitcoins
Na último dia 6 de outubro, a Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Poyais” contra a organização Francisley Valdevino da Silva. Segundo a PF, o grupo é investigado por crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa. A organização é suspeita de movimentar no Brasil cerca de R$ 4 bilhões.
Durante o processo de investigação, a Polícia Federal constatou que o dinheiro captado pelos criminosos era utilizado para a compra de imóveis e carros de luxo, além de embarcações, roupas de grife, joias e viagens.
A demanda teria surgido após um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol. O documento informava sobre uma investigação no exterior que identificou uma organização criminosa, liderada por um suspeito de Curitiba.
Segundo a Interpol, a quadrilha atuava com a fraude de pirâmide financeira com criptomoedas, além de lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes desde 2016.
Durante a operação, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito, onde foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros itens.