Um cidadão indiano de 30 anos foi sentenciado a 121 meses de prisão em uma penitenciária federal dos Estados Unidos após ser considerado culpado por conspiração para lavagem de dinheiro. Anurag Pramod Murarka, que operava com os pseudônimos “elonmuskwhm” e “la2nyc”, coordenava um esquema internacional de lavagem de fundos ilícitos, utilizando criptomoedas para ocultar lucros provenientes de atividades criminosas.
Murarka, residente da Índia, atuava entre abril de 2021 e setembro de 2023, quando foi preso. Ele gerenciava uma rede que lavou mais de 20 milhões de dólares ao longo do tempo, voltada principalmente para indivíduos envolvidos em crimes. Utilizando plataformas da dark web, o réu oferecia seus serviços de conversão de criptomoedas para dinheiro em espécie, criando uma fachada de negociação financeira.
Ao entrar em contato com Murarka, os clientes eram orientados a enviar suas criptomoedas para endereços específicos que ele fornecia, e então ele estabelecia uma taxa de câmbio. A partir disso, o criminoso realizava um processo complexo de lavagem, conhecido como hawala, um método tradicional no sul da Ásia para transferências financeiras sem o uso de bancos ou movimentações físicas de dinheiro. Para ocultar ainda mais os fundos, Murarka e sua equipe utilizavam métodos como esconder o dinheiro em livros ou embalá-lo em envelopes, antes de enviá-los aos destinatários.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que as autoridades conseguiram desmantelar parte da operação de Murarka, resultando na apreensão de mais de 1,4 milhão de dólares, além de drogas falsificadas e uma quantidade significativa de lucros ilícitos. Segundo o Procurador dos EUA para o Distrito Leste de Kentucky, Carlton S. Shie, o caso evidencia a amplitude do cibercrime e a importância de esforços conjuntos para combater práticas de lavagem de dinheiro, que têm dimensões globais.
Murarka foi condenado sob as leis federais, com a exigência de cumprimento de pelo menos 85% de sua pena. Após cumprir sua sentença, ele ficará sob supervisão do Escritório de Liberdade Condicional dos EUA por um período adicional de três anos.
A sentença ocorre em meio a outros casos significativos de lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas. Em novembro, um júri na Flórida acusou nove pessoas por lavar fundos oriundos de cartéis de drogas entre 2020 e 2023, utilizando criptoativos para transferir dinheiro ilícito entre os EUA, México e Colômbia. Além disso, em setembro, dois cidadãos russos foram acusados de lavar 1,15 bilhão de dólares em criptomoedas, associadas a cibercriminosos. Esses casos demonstram como a tecnologia está sendo cada vez mais explorada para facilitar crimes financeiros internacionais.