Um cidadão mexicano foi condenado nos Estados Unidos a oito anos e quatro meses de prisão por envolvimento em um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas, que utilizava criptomoedas como meio de ocultar os recursos ilícitos. A sentença foi revelada em um comunicado divulgado recentemente pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).
O condenado, identificado como Jose “Meno” Martinez, natural de Guadalajara, no México, atuava como intermediário para organizações de tráfico de drogas. Ele operava transferências de grandes somas de dinheiro obtidas com a venda de entorpecentes, usando criptomoedas para movimentar os valores entre os países e garantir o repasse ao México. Segundo as autoridades, Martinez foi responsável por lavar cerca de US$ 5,5 milhões em dinheiro proveniente do narcotráfico, retendo para si uma porcentagem do montante como comissão.
As investigações conduzidas pela DEA (Agência Antidrogas dos EUA) como parte dessa operação resultaram em apreensões significativas. Foram confiscados US$ 1,35 milhão em dinheiro vivo, além de grandes quantidades de drogas. O saldo inclui 3 kg de fentanil, 52,77 kg de cocaína, mais de 7 mil kg de metanfetamina em forma de carvão vegetal, 170 galões de metanfetamina líquida diluída em óleo de coco, 140 kg de metanfetamina sólida e 15 galões adicionais da droga em estado líquido.
O comunicado também destaca outro caso de alto impacto investigado recentemente pelo Departamento de Justiça. Nesta outra frente, dois homens da Flórida enfrentam acusações graves relacionadas a um esquema fraudulento que teria desviado mais de US$ 100 milhões de uma organização sem fins lucrativos responsável por administrar fundos para pessoas com deficiência e necessidades especiais.
De acordo com o DOJ, Leo Joseph Govoni e John Leo Witeck, junto a um terceiro cúmplice ainda não identificado publicamente, seriam os mentores do golpe. O trio teria se apropriado indevidamente dos recursos pertencentes aos beneficiários do Center for Special Needs Trust Administration. Para esconder o desfalque, os envolvidos teriam recorrido a manobras financeiras sofisticadas e enviado extratos falsificados aos clientes com informações manipuladas sobre os saldos.
Ambos os casos expõem o uso de mecanismos financeiros complexos — como o uso de criptomoedas e esquemas de ocultação contábil — para fins criminosos, reforçando o alerta das autoridades americanas sobre o crescimento dessas práticas entre redes de crime organizado e fraudadores.