Na sexta-feira, uma carteira de Bitcoin inativa desde 2013 chamou atenção ao movimentar seus fundos pela primeira vez em mais de uma década. A movimentação consistiu na divisão de 306 BTC — atualmente avaliados em mais de 35 milhões de dólares — entre duas novas carteiras, ambas sem qualquer histórico anterior de transações.
A operação foi inicialmente identificada pelo Whale Alert, serviço especializado em monitorar grandes transações em blockchain. De acordo com os registros do bitinfocharts, o proprietário dessa carteira realizou duas compras no fim de março de 2013, totalizando 306 bitcoins, quando a criptomoeda estava cotada a aproximadamente 77 dólares. O investimento original foi de cerca de 23.700 dólares. Considerando a cotação atual, em torno de 115.300 dólares por unidade, o retorno estimado chega próximo de 1.500 vezes o valor investido.
Durante todos esses anos, a carteira permaneceu completamente inativa. No entanto, na movimentação mais recente, os fundos foram distribuídos entre dois novos endereços: um recebeu 200 BTC e o outro, 106 BTC. Até o momento, nenhuma dessas novas carteiras havia sido utilizada anteriormente, e os titulares desses endereços permanecem desconhecidos.
Este episódio ocorre em meio a uma série de reativações envolvendo carteiras antigas, pertencentes a investidores pioneiros do mercado de criptomoedas. Em 23 de julho, por exemplo, cerca de 1,26 bilhão de dólares em BTC foram transferidos por meio de endereços ligados a uma baleia após um longo período de inatividade. No dia seguinte, uma outra carteira — sem movimentações desde 2011 — realizou a transferência de 460 milhões de dólares em Bitcoin.
Tais reativações têm gerado discussões entre analistas do setor, que veem nelas possíveis sinais de intenção de venda, especialmente num momento em que o valor do Bitcoin se aproxima de sua máxima histórica, atualmente girando em torno dos 123 mil dólares. Com a cotação atual registrada pela página de preços do The Block em 115.300 dólares, a movimentação dessas carteiras adormecidas pode estar ligada a estratégias de realização de lucros por parte de investidores que confiaram na moeda desde seus estágios mais iniciais.
A movimentação recente reforça a narrativa de que, mesmo após anos de silêncio, os pioneiros do Bitcoin seguem atentos aos movimentos do mercado — e, em momentos estratégicos, retomam o controle de seus ativos digitais acumulados em um passado de valores hoje quase simbólicos.
