A transição para a Web3, que representa a próxima geração da Internet, está sendo contemplada por grandes empresas do setor de viagens. Entre as pioneiras dessa mudança estão as companhias aéreas europeias Lufthansa e Eurowings, que deram um passo importante ao adotar a Camino Network, uma rede blockchain voltada para o setor de viagens que foi recentemente lançada.
Para Johannes Walter, encarregado das parcerias do Grupo Lufthansa, a descentralização e a tokenização proporcionadas pela tecnologia blockchain podem pavimentar o caminho para novos modelos de negócios e relacionamentos, incluindo parcerias estratégicas mais diretas, aprimoramento da transparência, geração de novos fluxos de receita e melhoria da experiência do cliente.
A magnitude do impacto potencial dessa mudança pode ser entendida ao considerar o tamanho da indústria de viagens e turismo. Um relatório de 2021 revelou que essa indústria contribuiu com cerca de US$ 5,8 bilhões para o produto interno bruto global naquele ano.
Essa visão foi reiterada por Jens Bischof, CEO da Eurowings e diretor de clientes. Ele reconheceu a indústria de viagens como uma das maiores indústrias do mundo, lidando com quantidades significativas de dados confidenciais diariamente. Para ele, a Web3 é uma solução econômica e segura para atender a essas demandas. A Eurowings também está explorando o uso do blockchain para aprimorar a lealdade do cliente.
No entanto, vale ressaltar que a Lufthansa e a Eurowings não são as únicas a reconhecerem o potencial do blockchain. Antes mesmo do lançamento da Camino Network, outras empresas do setor de viagens, como a Air Canada e a Etihad Airways, já haviam integrado a blockchain da Winding Tree para distribuição de produtos, eliminando a necessidade de intermediários.
Apesar da crescente adoção do blockchain, Bischof destacou um obstáculo significativo para a sua adoção em massa: a ausência de uma regulamentação clara. No entanto, ele se mostrou otimista, observando que grandes players globais estão adotando a tecnologia Web3 e que as instituições europeias estão liderando a regulamentação das criptomoedas.