Michael Saylor, conhecido por sua convicção inabalável em relação ao Bitcoin, voltou a reforçar sua aposta na criptomoeda. Em entrevista recente à CNBC, ele sugeriu que a Strategy, anteriormente chamada de MicroStrategy, pode vir a acumular até 1,5 milhão de BTC no futuro — um volume que representaria mais de US$ 100 bilhões considerando os preços atuais de mercado.
Atualmente, a Strategy detém 628.791 Bitcoins em caixa, o que equivale a cerca de 3% do suprimento total que a moeda terá ao longo de sua existência. Essa quantia já faz da empresa a maior detentora corporativa de BTC do mundo. No entanto, Saylor acredita que há espaço para crescer, sugerindo que a participação da companhia possa aumentar para algo entre 3% e 7% de todo o suprimento de Bitcoin disponível no futuro.
A base dessa estratégia ousada se apoia em um modelo considerado único por Saylor: a empresa emite ações preferenciais atreladas à aquisição de Bitcoin. Essa estrutura oferece um rendimento aos investidores ao mesmo tempo em que mitiga a volatilidade da criptomoeda. A prova do apetite do mercado veio recentemente: uma oferta pública de ações preferenciais que inicialmente seria de US$ 500 milhões foi ampliada para US$ 2,5 bilhões diante da forte demanda — sendo a maior oferta pública do ano até o momento.
Além do otimismo com a própria empresa, Saylor também destacou a expansão global do movimento conhecido como Bitcoin treasuries, em que companhias adicionam BTC aos seus balanços corporativos. Segundo ele, o número de empresas públicas com Bitcoin em caixa saltou de 60 para 160 em apenas um ano. Empresas do Japão, França, Reino Unido e Estados Unidos estão embarcando nessa tendência. Entre os nomes citados estão MetaPlanet, Capital B, Smarter Web e a 21, de Anthony Pompliano.
Na visão de Saylor, o Bitcoin está substituindo gradualmente outras formas tradicionais de reserva de valor, como ações de empresas de capital aberto, imóveis estrangeiros e até mesmo o ouro. Ele observa que grandes corporações, como Apple e Microsoft, enfrentam limitações legais para comprar ações umas das outras ou fundos como o S&P 500 — o que as leva a recomprar suas próprias ações. Agora, segundo ele, essas companhias também podem recorrer ao Bitcoin como alternativa estratégica.
A solidez dessa tese se reflete nos resultados financeiros da Strategy no segundo trimestre. A empresa superou com folga as expectativas ao registrar um lucro de US$ 32,52 por ação — resultado impressionante frente à estimativa de prejuízo de US$ 0,09. O desempenho impulsiona ainda mais a narrativa de que o modelo baseado em BTC adotado por Saylor está dando retorno.
Outras instituições também estão intensificando sua exposição à criptomoeda. Brian Armstrong, CEO da Coinbase, confirmou que a corretora adicionou 2.509 BTC ao seu balanço apenas no segundo trimestre de 2025. Com isso, a Coinbase passou a figurar entre as 10 maiores empresas públicas detentoras de Bitcoin, superando até mesmo a Tesla.
Em paralelo, a japonesa MetaPlanet revelou planos ambiciosos: levantar US$ 3,73 bilhões por meio de ações preferenciais para atingir a meta de adquirir 210.000 BTC até 2027 — reforçando que o movimento corporativo em direção ao Bitcoin está longe de desacelerar.