Os mineradores de Bitcoin fecharam o mês de março com um faturamento recorde. De acordo com dados da Blockchain.com, a indústria de mineração faturou mais de US$2 bilhões no mês passado, com uma média diária de US$65,23 milhões. Esses números superam em muito os meses anteriores, registrando um salto em relação à média de US$48,31 milhões em fevereiro e US$43,29 milhões em janeiro.
O ganho expressivo dos mineradores tem uma forte correlação com a valorização do bitcoin. Ao longo de março, a criptomoeda permaneceu acima de US$60.000, atingindo inclusive sua máxima histórica de US$73.000. A maior parte da receita dos mineradores (US$1,93 bilhão) vem do “subsídio de bloco” do Bitcoin, uma recompensa fixa de 6,25 BTC atrelada a cada bloco minerado. Taxas de transação na rede, que variam de acordo com a demanda, contribuíram com o restante (US$85 milhões).
No entanto, o cenário pode mudar drasticamente no halving. Essa diminuição imediata na receita coloca em risco empresas que não operam com maquinário altamente eficiente. Nesse sentido, mineradoras de grande porte já iniciaram ações para enfrentar o halving. Algumas aproveitaram os preços altos do BTC em março para lucrar com a venda de parte de suas reservas, que agora se encontram em patamares similares a abril de 2021. A mineradora canadense IREN, por exemplo, revelou possuir US$300 milhões em caixa.
Apesar das projeções otimistas, o desempenho das ações de mineradoras na bolsa de valores não acompanhou o do bitcoin. Desde o início do ano, a maior parte das empresas do setor registra quedas expressivas, mesmo com a valorização de 49% da criptomoeda.
A IREN, por exemplo, acumula correção de 15,5% no mesmo período, e a Riot Platforms registra perdas de 31%.
Uma exceção é a CleanSpark (CLSK), que disparou 54% no acumulado do ano. A alta performance se deve, em parte, à aquisição de equipamentos de mineração a preços baixos durante o último mercado de ursos do Bitcoin.
