A movimentação de bilhões em Bitcoin por wallets associadas à antiga exchange Mt. Gox pode significar um alívio para os milhares de credores que aguardam o reembolso de seus fundos. No entanto, a recente transferência de cerca de $2,19 bilhões da criptomoeda para novas wallets e exchanges também levanta questões sobre o impacto no mercado.
Conforme a análise da empresa Spot On Chain, nos últimos quatro dias, a Mt. Gox transferiu 31.371 BTC para três novas carteiras digitais. No total, essas transações alcançam 32.871 BTC, somando $2,22 bilhões em valor. Uma parte significativa desse montante foi movida para as exchanges B2C2 e OKX, enquanto outros 12.006 BTC, avaliados em cerca de $810 milhões, permanecem em carteiras reconhecidas como pertencentes à Mt. Gox.
Esses eventos vêm em meio a uma saga que já dura quase uma década. A Mt. Gox, que já foi uma das maiores exchanges de criptomoedas, entrou em colapso em 2014 após um ataque cibernético de grande repercussão, deixando milhares de investidores sem acesso aos seus ativos. Desde então, os credores aguardam pacientemente a recuperação de parte das perdas.
Apesar do avanço nos reembolsos, ainda existe uma quantidade considerável de Bitcoin atrelada às contas da Mt. Gox. Segundo a Arkham Intelligence, aproximadamente 44.900 BTC, avaliados em cerca de $2,8 bilhões, continuam vinculados a essas wallets, o que preocupa os investidores, pois uma liberação em massa poderia pressionar o valor da criptomoeda.
No entanto, o processo de reembolso não tem sido simples. No mês passado, o administrador responsável pelos ativos da Mt. Gox anunciou uma nova prorrogação no prazo para o pagamento dos credores, agora estendido até 31 de outubro de 2025. Esse adiamento foi atribuído ao fato de que muitos credores ainda não concluíram os trâmites necessários para receber seus valores, além de enfrentarem dificuldades logísticas e operacionais que atrasaram o cronograma.
O cenário de movimentação de grandes volumes de Bitcoin ocorre em um contexto onde autoridades e instituições financeiras demonstram interesse crescente no setor de criptomoedas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o CFO da Flórida, Jimmy Patronis, solicitou formalmente que a State Board of Administration (SBA) avalie a viabilidade e os riscos de investir parte dos fundos de aposentadoria do estado em criptomoedas, com foco especial no Bitcoin.