Em fevereiro de 2025, Ho Kai Xin, uma mulher de Singapura, foi sentenciada a quase 10 anos de prisão após ser condenada por fraudar a plataforma de criptomoedas ByBit em mais de $4 milhões em ativos digitais, um crime que ocorreu em 2022. A sentença foi resultado de um processo judicial iniciado após suas ações fraudulentas serem descobertas.
Ho, de 32 anos, trabalhava para a empresa Wechain FinTech, que era responsável pelos serviços de folha de pagamento da ByBit. Durante um período de três meses, ela usou sua posição para manipular planilhas de pagamento, desviando grandes somas de dinheiro para carteiras digitais sob seu controle. Ao todo, Ho gerenciava quatro endereços de carteiras digitais e seis contas bancárias associadas ao esquema.
As investigações revelaram que Ho utilizou os fundos furtados para comprar itens de luxo, como bolsas Louis Vuitton e um carro Mercedes-Benz. Ela também fez um pagamento de mais de $500.000 como entrada para um luxuoso apartamento em Singapura, avaliado em milhões de dólares.
O esquema de fraude foi descoberto em setembro de 2022, quando um diretor financeiro da Wechain percebeu irregularidades nas transações de pagamento. Quando confrontada, Ho tentou justificar as movimentações fraudulentas, alegando que um suposto primo, “Jason Teo”, teria realizado as transações sem sua autorização. No entanto, os promotores determinaram que essa pessoa não existia.
Em resposta ao caso, ByBit entrou com uma ação judicial contra Ho, que resultou em uma vitória para a plataforma em julho de 2023. A empresa conseguiu recuperar $100.000 em dinheiro e mais de $1,17 milhão em USDT, mas Ho ainda não reembolsou outros valores. Em janeiro de 2025, ela foi sentenciada a seis semanas de prisão por desrespeitar ordens judiciais, o que precede sua nova sentença.
O advogado de Ho declarou durante a audiência de fevereiro que ela havia refletido profundamente sobre seus atos e as consequências para sua família, para a vítima e para o sistema judicial. A nova pena de nove anos e onze meses de prisão será cumprida após o término da sentença anterior.
Esse caso serve de alerta para os investidores no mercado de criptomoedas, indicando que o risco de fraude não se limita ao mercado, mas pode vir de dentro das próprias empresas. O episódio ressalta a importância de estar atento aos processos internos de gestão financeira e à segurança dos fundos. Embora nem todos os criminosos possam ser previstos, o conhecimento sobre como as empresas se protegem contra fraudes pode ajudar a minimizar a exposição ao roubo e à má administração.
A ação judicial de ByBit e a recuperação dos valores perdidos mostram que existem recursos legais para combater crimes digitais complexos, e reforçam que a conscientização sobre riscos financeiros continua sendo uma das melhores formas de defesa contra fraudes sofisticadas.
