As autoridades nigerianas sinalizam uma nova fase na repressão ao mercado de criptomoedas, desta vez mirando plataformas peer-to-peer (P2P) como OKX, Binance, KuCoin e Bybit.
A informação viralizou nas redes sociais através de uma circular supostamente emitida pelo Banco Central da Nigéria (CBN), mas a própria instituição nega sua autoria.
O documento que circula online determina que instituições financeiras nigerianas identifiquem correntistas envolvidos em transações com as exchanges P2P citadas e bloqueiem suas contas por seis meses. A circular alega que essas plataformas não possuem licença para operar no país e estão sob investigação.
Apesar de o CBN desmentir o documento, analistas apontam que recuar de políticas impopulares não é incomum na região.
O jornalista Olumide Adesina esclarece que, oficialmente, o CBN só permite transações bancárias relacionadas a cripto com entidades reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria (SEC).
Em coletiva de imprensa, Ola Olukayode, chefe da Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC), apontou as negociações P2P como fator agravante nos problemas cambiais do país.
Segundo ele, a agência anticorrupção congelou cerca de 300 contas suspeitas de negociação ilegal de forex nessas plataformas. O valor total movimentado em uma delas ultrapassou US$15 bilhões em um ano.
Inicialmente, as autoridades atribuíram a desvalorização da Naira em relação ao dólar a atividades especulativas na Binance.
A exchange nega as acusações, mas segue enfrentando processo, junto a dois executivos, por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A Binance alega cooperação com as autoridades e pede a libertação dos funcionários detidos.