Na manhã desta quinta-feira (6), a Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Poyais” contra uma quadrilha que vem sendo investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior.
De acordo com a PF, os agentes federais cumprem hoje 20 mandados de busca e apreensão em quatro estados brasileiros. As medidas judiciais serão cumpridas em Curitiba, São José dos Pinhais, no Paraná, além de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina, Barueri, São José do Rio Preto, em São Paulo, e em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Federal, o grupo é investigado por crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa. A organização é suspeita de movimentar no Brasil cerca de R$ 4 bilhões.
Durante o processo de investigação, a Polícia Federal constatou que o dinheiro captado pelos criminosos era utilizado para a compra de imóveis e carros de luxo, além de embarcações, roupas de grife, joias e viagens.
Operação Poyais
De acordo com Filipe Hille Pace, delegado responsável pela operação, a investigação começou em março deste ano.
A demanda teria surgido após um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol. O documento informava sobre uma investigação no exterior que identificou uma organização criminosa, liderada por um suspeito de Curitiba.
Segundo a Interpol, a quadrilha atuava com a fraude de pirâmide financeira com criptomoedas, além de lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes desde 2016.
O suspeito possuía mais de cem empresas abertas no Brasil formando assim um “grupo empresarial” que, para captar clientes, prometia lucros de 20% ao mês.
De acordo com a polícia, a organização criminosa fez milhares de vítimas lesadas que acreditaram nas promessas de lucro. Nesse sentido, em seu argumento de venda, a quadrilha afirmava que contava com uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento para gerar lucros.
Além disso, os investigados ofereciam aos clientes criptomoedas próprias que prometiam lucros exorbitantes aos seus detentores, no entanto, não possuiam qualquer liquidez no mercado.
A PF tem atuado ativamente no sentido de desmantelar organizações criminosas que atuam no mercado de criptomoedas. No último dia 27, a Polícia Federal deflagrou a Operação Technikós para a desarticulação de uma organização que praticava pirâmide financeira envolvendo criptomoedas.