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Nubank suspende Nucoin após colapso histórico de 97%

Nubank suspende Nucoin após colapso histórico de 97%

O Nubank, um dos maiores bancos digitais da América Latina, anunciou em 10 de setembro a suspensão imediata das negociações da Nucoin, sua criptomoeda nativa. A moeda perdeu mais de 97% do seu valor ao longo do último ano. A Nucoin foi lançada em 19 de outubro de 2022, na blockchain Polygon, mas agora, quase dois anos depois, o banco decidiu encerrar sua negociação.

Os clientes que possuem pelo menos 10 reais em Nucoins (NUC) poderão converter o valor em Bitcoin ou na stablecoin USDC até o dia 9 de dezembro. Caso não realizem essa conversão, os ativos serão mantidos em suas contas e poderão ser utilizados futuramente no programa de recompensas da empresa. Essa decisão foi informada aos clientes por e-mail, onde o banco explicou que a suspensão visa protegê-los de eventuais oscilações no valor da Nucoin, que poderiam ser causadas por reações a essa mudança.

Segundo dados do CoinMarketCap, o valor mais recente negociado da Nucoin foi de US$ 0,0158, muito abaixo do pico de US$ 0,59 registrado em 22 de abril. A queda acentuada de mais de 97% no valor da moeda ao longo de um ano é um indicativo das dificuldades que a criptomoeda enfrentou.

Os planos do Nubank com criptomoedas começaram em maio de 2022, quando a empresa anunciou a alocação de 1% de seus ativos líquidos em Bitcoin. Nesse mesmo mês, o banco firmou uma parceria com a Paxos, permitindo que seus clientes comprassem, vendessem e armazenassem criptomoedas diretamente pela plataforma do Nubank.

Em julho de 2023, o Nubank divulgou que já contava com 100 milhões de clientes, operando no Brasil, México e Colômbia. No fim de novembro do ano anterior, o banco já oferecia 14 criptomoedas em sua plataforma, além da Nucoin.

Enquanto isso, a adoção de criptomoedas continua a crescer em outros países da América Latina, como na Argentina, que enfrenta uma inflação anual de 276%. Segundo uma análise da Forbes, a Argentina tem liderado a adoção de criptomoedas no Hemisfério Ocidental. Um relatório de 9 de julho apontou que, entre 130 milhões de visitantes das 55 maiores exchanges de criptomoedas no mundo, 2,5 milhões eram da Argentina.

A desconfiança em relação aos bancos também é um fator relevante na Argentina. Durante um painel no Web Summit Qatar, em 27 de fevereiro, Juan Pablo Ortega, CEO da plataforma de pagamentos Yuno, destacou que muitos argentinos preferem guardar seu dinheiro em espécie, devido à desconfiança no sistema bancário. Em vez de realizar transferências eletrônicas, alguns optam por retirar grandes quantias de dinheiro em bancos para fazer compras significativas, como imóveis, em dinheiro vivo.

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