Advogados na Argentina estão representando vítimas de um esquema envolvendo um projeto cripto suspeito, promovido por atores pouco conhecidos, que teria atraído até 20 mil pessoas em San Pedro, Buenos Aires. O projeto, que utilizava a stablecoin USDT, prometia dobrar o dinheiro investido em apenas seis semanas, conforme relatam os advogados.
A operação, descrita como uma “pirâmide cripto”, oferecia retornos diários entre 1% e 2% em dólares americanos. Segundo o advogado Adolfo Erdaire, que atua em San Pedro, pelo menos 50 pessoas devem formalizar queixas contra uma empresa chamada Knight Consortium, acusada de liderar o esquema.
Erdaire afirmou, em entrevista ao Ambito, que muitos residentes da cidade colocaram todas as suas economias no que acreditavam ser uma plataforma de criptoativos. Entre as vítimas estão aposentados, que agora se encontram em uma situação preocupante. O advogado explicou que algumas dessas pessoas estão sem conseguir sacar seus fundos da plataforma há três semanas, o que tem gerado pânico entre os investidores.
O consórcio operava uma plataforma chamada “RainbowEx”, de acordo com informações do Pagina12, porém não possuía registro legal. A empresa alegava ser uma fundação composta por acionistas que atuavam no mercado de ações e atraíam investidores de varejo de diversas partes do mundo. Contudo, as investigações revelaram que a empresa não tinha qualquer respaldo jurídico.
Os primeiros processos contra o Knight Consortium devem ser protocolados entre quinta e sexta-feira, segundo os veículos de imprensa locais. A plataforma começou a ganhar notoriedade em San Pedro há cerca de quatro anos, inicialmente por meio de recomendações informais entre moradores. Com o tempo, a popularidade do projeto cresceu, chegando a viralizar nas redes sociais.
No entanto, o caso tem dividido a cidade. Enquanto alguns moradores ainda esperam que o projeto seja legítimo, outros já demonstram desconfiança crescente. Erdaire comentou que as investigações sobre o consórcio estão apenas começando, mas apontou que dois homens, que se apresentaram como os líderes da plataforma em eventos locais, seriam na verdade atores poloneses que fingiam ser executivos.
Essas alegações foram corroboradas por usuários de redes sociais familiarizados com o cenário cripto na Argentina. Um vídeo circulando no X (antigo Twitter) mostra os supostos “CEOs” atuando em novelas de TV, aumentando ainda mais as suspeitas sobre a autenticidade do projeto e seus responsáveis.
