O Tribunal de Reabilitação de Seul declarou oficialmente a falência da Haru Management Limited, responsável pela operação da plataforma Haru Invest, após um esquema conhecido como “rug pull” (golpe de retirada), que prejudicou mais de 16.000 investidores, resultando em perdas que somam 1,4 trilhão de wons (aproximadamente US$ 1 bilhão).
Entre março de 2020 e junho de 2023, a Haru Invest atraiu investidores com promessas de proteção de capital e retornos elevados em depósitos de criptomoedas. Contudo, em junho de 2023, a plataforma foi abruptamente desativada, suspendendo os saques e gerando pânico entre os usuários. A incapacidade da empresa de honrar suas dívidas levou à sua declaração de insolvência.
Apesar de a Haru Invest estar registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, o tribunal sul-coreano assumiu a jurisdição sobre o caso devido às operações substanciais realizadas no país. A situação se agravou ainda mais com a prisão do CEO Hugo Hyungsoo Lee, junto a outros dois executivos da empresa, acusados de envolvimento no esquema de fraude e lavagem de dinheiro. Em fevereiro de 2024, o Ministério Público sul-coreano apresentou acusações contra os executivos, com base na Lei de Punição Agravada para Crimes Econômicos. Lee recebeu fiança em julho.
Investidores afetados pelo golpe haviam solicitado, em junho de 2023, a reabilitação corporativa da empresa na justiça, mas o pedido foi rejeitado. Agora, uma reunião de credores será realizada no dia 11 de fevereiro de 2025, com a presença de um administrador judicial, para avaliar a situação financeira da Haru Management e dar início ao processo de liquidação, alimentando as esperanças dos investidores em uma possível recuperação parcial dos valores perdidos.
Esse desfecho ocorre em meio a uma intensificação da fiscalização do governo sul-coreano sobre as atividades envolvendo criptomoedas. Durante a reunião de Ministros de Finanças do G20, realizada em 24 de outubro de 2024, o vice-primeiro-ministro e ministro de Economia e Finanças, Choi Sang-mok, abordou o aumento de casos de transações ilegais de câmbio, incluindo lavagem de dinheiro corporativa vinculada a drogas e jogos de azar, com o uso de ativos digitais.
