Os recentes desdobramentos envolvendo o processo de falência da FTX geraram polêmicas, alimentadas por rumores sobre uma iminente distribuição de US$ 16 bilhões. Essas alegações, amplamente divulgadas online, atraíram duras críticas de credores, com uma voz de destaque, Sunil, classificando-as como falsidades descaradas. De acordo com Sunil, a realidade da situação financeira da FTX é bem diferente.
A FTX possui cerca de US$ 13 bilhões em caixa, em dezembro de 2024. No entanto, a empresa planeja reter US$ 6,5 bilhões para reivindicações em disputa e outras medidas de recuperação, deixando entre US$ 6,5 bilhões e US$ 7,5 bilhões para distribuições iniciais. Esse montante está longe da cifra exagerada de US$ 16 bilhões. Respondendo às informações equivocadas, Sunil destacou que os primeiros pagamentos não começarão em 3 de janeiro de 2025, tampouco haverá distribuição de US$ 16 bilhões em 60 dias.
A origem dos problemas financeiros da FTX remonta ao seu colapso em novembro de 2022, uma queda dramática para o que já foi uma das principais corretoras de criptomoedas. Sob a liderança de Sam Bankman-Fried, os envolvimentos da empresa em má gestão e fraudes levaram ao pedido de falência sob o Capítulo 11. A Alameda Research, intimamente ligada à FTX, também foi afetada pelo caos financeiro.
Avançando para o presente, a resolução da falência da FTX continua sendo um processo complexo e em andamento. O plano de reorganização está previsto para ser lançado oficialmente em 3 de janeiro de 2025. As distribuições iniciais, esperadas para ocorrer dentro de 60 dias após essa data, priorizarão os credores menores com reivindicações inferiores a US$ 50 mil. Embora essas reivindicações menores sejam atendidas primeiro, o total de fundos disponíveis para os pagamentos iniciais permanece limitado entre US$ 6,5 bilhões e US$ 7,5 bilhões. Reivindicações maiores provavelmente enfrentarão atrasos prolongados, já que a FTX reservou aproximadamente US$ 7 bilhões para disputas não resolvidas, um processo que pode levar anos para ser concluído.
Os esforços de recuperação da FTX, sob a liderança do CEO John J. Ray III, foram agressivos. A equipe de falência recuperou ativos através da liquidação de portfólios de capital de risco, processos judiciais e outras medidas, com uma recuperação adicional prevista entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões até março de 2025. Esses fundos visam reforçar os pagamentos aos credores, mas não estarão imediatamente acessíveis para distribuição.
Para gerenciar o processo de pagamento, a FTX contratou o suporte da BitGo e da Kraken, garantindo que o grande volume de reivindicações de credores seja tratado de forma eficiente. Essa tarefa é monumental, dado o impacto da falência e o número de partes interessadas envolvidas.
Enquanto isso, a especulação do mercado em torno da possível recuperação da FTX impulsionou um aumento dramático no valor de seu token nativo, o FTT. Negociado a US$ 3,50 na última atualização, o FTT experimentou um aumento impressionante de 245% desde setembro, elevando sua capitalização de mercado para mais de US$ 1,1 bilhão. O rali do token reflete o crescente otimismo entre os investidores sobre a possibilidade de pagamentos substanciais aos credores.
O plano de reorganização da FTX visa reembolsar os credores em até 119% de suas reivindicações, uma meta ambiciosa que gerou interesse significativo entre os investidores menores. Por exemplo, um credor que tinha direito a US$ 10 mil poderia receber até US$ 11.900. No entanto, essas projeções dependem da resolução das reivindicações em disputa e da execução bem-sucedida dos esforços de recuperação. Com o desenrolar do processo de falência, credores e participantes do mercado estão atentos aos próximos passos.