Uma complexa investigação sobre um caso brutal de sequestro relacionado a criptomoedas levou à prisão de um terceiro suspeito nesta terça-feira, em Nova York. William Duplessie agora se junta a John Woeltz, detido no último sábado, como um dos principais acusados pelo sequestro de um empresário italiano de 28 anos, que teria sido mantido em cativeiro durante duas semanas em um imóvel de alto padrão em Manhattan.
Segundo autoridades, Duplessie enfrenta várias acusações graves, incluindo sequestro em primeiro grau, posse ilegal de arma de fogo, cárcere privado em primeiro grau e agressão em segundo grau. Ele é acusado de, junto a Woeltz, manter a vítima sob intensa violência física e psicológica com o objetivo de obter acesso às suas criptomoedas, especificamente Bitcoin. Fontes policiais relataram o uso de choques elétricos, agressões físicas e ameaças com arma de fogo como métodos de tortura.
A investigação se intensificou no final de semana, quando a vítima conseguiu fugir do cativeiro e alertar a polícia. Após isso, John Woeltz, de 33 anos, foi preso e formalmente acusado de crimes semelhantes aos de Duplessie, incluindo sequestro, cárcere privado, agressão e porte ilegal de arma. Ele permanece detido sem direito à fiança. Na ocasião, Woeltz teria informado que outro homem também estaria envolvido, o que levou à captura de Duplessie dias depois.
Na sexta-feira anterior à prisão de Duplessie, Beatrice Folchi também havia sido detida. Identificada como assistente de Woeltz, ela chegou a ser acusada de sequestro e cárcere privado em primeiro grau. Contudo, foi liberada depois que o Ministério Público de Manhattan optou por não apresentar denúncia formal até a conclusão de mais investigações.
Até o momento, não há confirmação se Duplessie conta com representação legal ou se o crime está vinculado a uma rede criminosa maior. O caso, no entanto, levanta mais um alerta para a crescente onda de crimes violentos ligados a ativos digitais.
A preocupação com esse tipo de crime é global. Na França, autoridades prenderam 12 suspeitos nesta terça-feira por envolvimento em dois sequestros ocorridos em Paris no início do mês, ambos relacionados a criptomoedas. Em um dos incidentes, o pai de um empresário do setor foi uma das vítimas. E em janeiro, David Balland, cofundador da fabricante de carteiras digitais Ledger, foi sequestrado com sua esposa — os criminosos teriam chegado a amputar um de seus dedos como prova de vida.
Se forem considerados culpados por todas as acusações, Duplessie e Woeltz podem ser condenados a penas que variam de 15 anos à prisão perpétua nos Estados Unidos.