A recente liberação de Ross Ulbricht, o criador da Silk Road, tem gerado reações intensas dentro da comunidade cripto. Após o anúncio de seu perdão presidencial, um importante executivo da Coinbase trouxe à tona uma descoberta interessante.
Conor Grogan, diretor de estratégia de produto e operações comerciais da exchange, revelou em sua conta no X (antigo Twitter) que encontrou um conjunto de carteiras contendo 430 BTC, o que equivale a cerca de 44 milhões de dólares, ou R$ 260 milhões na cotação atual.
Esses Bitcoins, segundo Grogan, não fazem parte do montante apreendido pelas autoridades durante a investigação da Silk Road, que envolve um total de 174 mil BTC, os quais permanecem intactos desde 2013. O executivo explicou que, na época da apreensão, essas carteiras poderiam ter valores relativamente baixos, mas agora, com a valorização do Bitcoin, elas estão avaliadas em cerca de 47 milhões de dólares.
Grogan ainda levantou a hipótese de que Ross Ulbricht poderia, de alguma forma, ter acesso a essas carteiras, embora tenha considerado essa possibilidade como improvável. “É difícil imaginar que ele ainda tenha as chaves guardadas em algum lugar, mas talvez descubramos em breve”, comentou o diretor da Coinbase, deixando a dúvida no ar.
A libertação de Ulbricht se deu em um contexto político. Na terça-feira (21), o presidente Donald Trump anunciou um perdão total e incondicional a Ross Ulbricht, após mais de uma década de prisão. Em sua rede social, Truth Social, Trump explicou sua decisão afirmando que o movimento libertário foi uma das razões para sua atitude e criticou o tratamento do governo em relação ao caso.
Ulbricht foi preso em 1º de outubro de 2013, em São Francisco, e condenado em 2015 por diversos crimes, incluindo conspiração para traficar drogas e lavagem de dinheiro, relacionados à operação da Silk Road, o mercado online responsável por facilitar a venda de drogas e a lavagem de bilhões de dólares.
O FBI afirmou que a plataforma gerou cerca de 13 milhões de dólares em Bitcoin por meio de taxas de comissão. A condenação de Ulbricht, que resultou em duas penas de prisão perpétua e 40 anos adicionais sem possibilidade de liberdade condicional, gerou uma onda de discussões sobre a justiça de sua sentença.
Em sua publicação, Trump criticou veementemente a sentença imposta a Ulbricht, chamando-a de “ridícula”, e fez uma comparação entre as figuras envolvidas no caso e aqueles que, segundo ele, estariam por trás de supostas conspirações contra ele próprio.