Na última sexta-feira (14), o presidente argentino Javier Milei se viu envolvido em uma grande controvérsia ao divulgar, por meio de suas redes sociais, a memecoin LIBRA, uma criptomoeda baseada na blockchain Solana. No entanto, após algumas horas, ele apagou suas postagens, alegando que não tinha um entendimento profundo sobre o token e sugerindo que acreditava que se tratava apenas de uma empresa buscando arrecadar recursos para projetos privados.
O impacto imediato foi um tombo no valor do token, além de um processo judicial sendo aberto contra a ação de Milei. À medida que as reações se intensificaram, os responsáveis começaram a ser identificados. Quatro nomes, em particular, se destacaram como os principais envolvidos no lançamento do token: Julian Peh, Hayden Davis, Mauricio Novelli e Manuel Godoy. Mas quem são essas pessoas?
Julian Peh é um dos principais nomes associados ao lançamento da memecoin LIBRA, especialmente por sua conexão com a KIP Protocol, empresa de tecnologia fundada por ele em 2023. A KIP Protocol, que se apresenta como uma organização voltada para soluções de inteligência artificial e infraestrutura relacionada a IA, tem sido apontada como a principal responsável por ajudar a promover o token. Peh, que atua como CEO da KIP, tem um histórico profissional diversificado.
Formado em Direito pela Universidade Nacional de Singapura, Peh passou por diversas experiências antes de fundar sua empresa. Entre 2000 e 2004, cursou a graduação e, em seguida, fundou duas empresas. Ele trabalhou também no escritório de advocacia Allen & Overy Shook Lin & Bok e, posteriormente, no Citibank Ultima Card como consultor. Durante esse tempo, fundou ainda uma revista de luxo asiática e um conjunto de aplicativos móveis voltados para o mercado de luxo, além de se tornar proprietário de uma empresa de investimentos especializados no setor.
A KIP Protocol, que recebeu investimento de destaque da Animoca Ventures em 2023, foi criada com o intuito de fornecer soluções técnicas no campo da inteligência artificial. Peh, em entrevista ao programa “The GM Show”, revelou que sua trajetória no mundo das criptomoedas começou em 2016, após a venda de sua empresa de aplicativos móveis de luxo.
Ele comprou seu primeiro Bitcoin na plataforma LocalBitcoins e, com o tempo, se interessou pelo boom das ICOs (Ofertas Iniciais de Moeda) no Ethereum. Seu envolvimento com os NFTs também é notável, e ele declarou que ainda mantém alguns CryptoKitties em sua coleção, demonstrando seu interesse contínuo pelo setor.
O incidente envolvendo Milei e a LIBRA gerou uma série de reações, desde o abandono do token até investigações legais sobre o caso. A situação revelou uma rede de conexões que une figuras do mundo das criptomoedas e da tecnologia, colocando em foco não apenas o presidente argentino, mas também empreendedores como Peh, que têm desempenhado um papel significativo no universo cripto.
Ainda que os responsáveis pelo lançamento do token tenham se manifestado, o caso ainda segue gerando discussões sobre a responsabilidade e a regulação no campo das criptomoedas, especialmente quando figuras públicas estão envolvidas em promoções e investimentos em ativos digitais.
