Sem dúvidas, uma das plataformas de empréstimos mais conhecidas do mercado DeFi é a Celsius Network. A rede que se consolidou como um dos maiores credores de criptomoedas trouxe grandes preocupações para os usuários da sua plataforma logo após a intensificação da queda do mercado de criptomoedas.
Só para exemplificar, em 12 de junho, a Celsius levou a terrível notícia de que iria parar saques, trocas e transferências entre contas, o que levou um pânico maior para o mercado já em grande volatilidade.
Para piorar ainda mais a situação, a Celsius enviou US$300 milhões em criptoativos para a exchange de criptomoedas FTX. O pânico de junho foi tão grande que em apenas 24 horas o mercado viu uma liquidação de US$500 milhões.
De acordo com a equipe da Celsius, a decisão foi tomada com o intuito de colocar a empresa em uma posição melhor para honrar, ao longo do tempo, suas obrigações de retirada.
No entanto, em julho do mesmo ano, a Celsius Network declarou falência mesmo tendo em sua plataforma de empréstimos um passivo de US$10 bilhões.
Atualmente, o escândalo envolvendo a empresa é o novo pedido de falência do Departamento de Regulação Financeira de Vermont.
Segundo a apresentação, os reguladores mostram preocupação que já em 2020 a Celsius estivesse realizando um procedimento duvidoso.Afinal, a plataforma DeFi estaria pagando rendimentos a alguns investidores existentes com os ativos de novos investidores.
“Isso mostra um alto nível de má gestão financeira e também sugere que, pelo menos em alguns momentos, os rendimentos dos investidores existentes provavelmente estavam sendo pagos com os ativos de novos investidores”, apontou o documento.
Mas de onde saiu isso?
Originalmente, a informação teria vindo de uma reunião dos credores da Celsius em 19 de agosto de 2022. O fato ficou público apenas por conta do processo judicial. Segundo as investigações, o próprio CFO da Celsius declarou que a empresa nunca obteve receita suficiente para suportar os rendimentos anunciados aos clientes.
Calma que isso ainda piora.
Os responsáveis pela investigação acreditam que a empresa já nasceu de forma duvidosa, pois é provável que, em 2019, já não tivessem recursos para serem solventes. Ou seja, a Celsius tem tudo para ser enquadrada como um dos grandes esquemas ponzi do mercado blockchain.
Mas como a Celsius conseguia manter seu balanço?
A resposta é simples: através do token CEL. O ativo, que perdeu 3% de sua capitalização nas últimas 24 horas, foi criado para executar funções internas, como aumentar os pagamentos do usuário se usado como moeda de pagamento.
Os documentos divulgados apontam que a empresa fez uso de manipulação para que o CEL passasse por momentos de alta. Sendo assim, utilizavam fundos de investidores para comprar mais tokens e inflar o Market Cap da altcoin.
“Excluindo a posição líquida da empresa na CEL, os passivos teriam excedido seus ativos desde pelo menos 28 de fevereiro de 2019. Essas práticas também podem ter enriquecido os insiders da Celsius, às custas dos investidores de varejo”.
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