O Banco Nacional Tcheco (CNB) está analisando a possibilidade de incluir o Bitcoin em suas reservas internacionais, segundo declaração do governador Aleš Michl. Durante entrevista à CNN Prima News, Michl revelou que a ideia é investir uma pequena parcela dos recursos do banco na criptomoeda, como forma de diversificação de ativos. No entanto, ele ressaltou que o plano ainda está em discussão e depende da aprovação dos sete membros do conselho do CNB. “Felizmente, somos sete no conselho. Podemos continuar debatendo sobre isso”, afirmou. “Minha ideia seria adquirir apenas alguns Bitcoins.”
Embora a proposta tenha ganhado destaque, o conselheiro Janis Aliapulios confirmou que, apesar de o tema ter sido considerado, o banco central não está avançando com a estratégia de diversificação em Bitcoin no momento.
Essa discussão ocorre em um contexto de esforços do CNB para diversificar suas reservas, que incluem diferentes classes de ativos e moedas estrangeiras. Historicamente, o banco havia reduzido suas reservas de ouro para oito toneladas, mas recentemente aumentou esse volume para 50 toneladas, com planos de dobrar para 100 toneladas nos próximos três anos e meio.
A ideia de incorporar Bitcoin em reservas nacionais reflete um interesse crescente em todo o mundo pela criptomoeda como ativo estratégico. Países como Rússia, Suíça e Brasil têm considerado a possibilidade de utilizá-la como reserva de valor, enquanto empresas privadas também têm explorado o potencial do ativo digital em suas tesourarias.
Nos Estados Unidos, o Bitcoin tem recebido atenção especial, impulsionado por declarações do presidente eleito Donald Trump, que chamou a criptomoeda de “a moeda do futuro”. Em uma conferência sobre o tema em julho de 2024, Trump afirmou que os EUA não venderiam os Bitcoins adquiridos por confisco, embora não tenha mencionado planos de comprar mais.
A proposta de Trump coincidiu com o avanço do projeto de lei da senadora Cynthia Lummis, que sugere a criação de um estoque nacional de criptomoedas. Chamado de “Bitcoin Act”, o programa propõe a compra de um milhão de Bitcoins, avaliado em aproximadamente US$ 100 bilhões, o que garantiria aos Estados Unidos cerca de 5% da oferta total da criptomoeda. Apesar disso, a iniciativa enfrenta críticas, como a do ex-secretário do Tesouro Larry Summers, que considera a proposta um gesto para agradar grupos de interesse específicos.
Mesmo sem consenso sobre sua implementação, a ideia de Michl de incluir Bitcoin nas reservas do CNB reflete um movimento global que aponta para o crescente reconhecimento da criptomoeda como um possível pilar do futuro financeiro.