O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, que há anos vê seu nome associado a iniciativas controversas no universo das criptomoedas, agora enfrenta nova citação judicial em meio a um processo por alegada fraude financeira. Segundo informações divulgadas pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, emitiu um edital para intimar o ex-atleta e outros seis réus.
O caso foi movido por Dayana Paiva, uma investidora que se diz lesada pelas atividades da empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participação LTDA. Ela afirma ter investido cerca de US$ 4,2 mil na companhia, impulsionada pela promessa de retorno de US$ 17 mil em Bitcoin — quantia que, convertida, ultrapassaria os R$ 70 mil. A autora ainda requer, além da devolução do valor investido, uma indenização de R$ 20 mil por danos morais.
Além de Ronaldinho, o processo envolve seu irmão, Roberto de Assis Moreira, e três outros sócios da 18K, todos alvos da ação movida pela investidora. O edital alerta que, caso os réus não apresentem defesa no prazo de 15 dias, as alegações feitas por Dayana serão consideradas verdadeiras.
A empresa 18K Ronaldinho já havia sido investigada anteriormente e ganhou notoriedade negativa ao prometer retornos financeiros de até 400% em um ano, com rendimentos diários de 2%, justificando os lucros com supostas operações de arbitragem em criptomoedas e aplicações no mercado financeiro. Parte da estratégia de marketing envolvia o uso frequente da imagem de Ronaldinho, inclusive com o apoio de produtos como os relógios da marca 18K Watches, com o objetivo de conferir aparência de credibilidade ao negócio.
Essa não é a primeira vez que Ronaldinho aparece vinculado à 18K em processos judiciais. Em agosto do ano passado, o ex-jogador já havia enfrentado um recurso na Justiça de São Paulo, que buscava sua responsabilização direta pelo esquema. Na ocasião, o tribunal rejeitou o pedido com base na ausência de provas que comprovassem sua condição de sócio ou gestor da empresa.
O processo também revelou que o contrato de uso de imagem que Ronaldinho mantinha com a 18K foi encerrado devido à violação contratual por parte da empresa, o que, segundo os autos, teria causado prejuízos à imagem pública do ex-atleta.
Vale lembrar que a 18K Ronaldinho foi um dos alvos da CPI das Pirâmides Financeiras em 2023, depois de causar prejuízos expressivos a investidores de todo o país. O novo capítulo envolvendo Ronaldinho reacende o debate sobre o uso de figuras públicas para impulsionar projetos financeiros duvidosos.