Em uma ação recente, a Rússia iniciou a venda de uma quantia significativa de Bitcoin apreendida durante uma investigação sobre o grupo de hackers Infraud, realizada em 2023. A operação tem como objetivo converter esses ativos digitais em moeda fiduciária, com a expectativa de negociar mais de 1.000 BTC.
De acordo com a agência de notícias estatal russa TASS, o Tesouro russo já iniciou a transferência dos fundos. O primeiro lote a ser comercializado, que corresponde a cerca de 10 milhões de dólares, foi confiscado de Marat Tambiev, um ex-investigador do Comitê Investigativo da Rússia, condenado no ano passado por aceitar suborno do grupo de hackers.
Durante a investigação, foram encontrados centenas de tokens de Bitcoin no computador e dispositivos de armazenamento de Tambiev. O ex-investigador foi sentenciado a 16 anos de prisão após ser condenado por se apropriar de 1.032,1 BTC. Contudo, o processo de liquidação total do montante de Bitcoin tem enfrentado obstáculos legais, complicados pela divisão dos fundos em várias quantias menores, o que obriga os oficiais a obter decisões judiciais separadas para cada uma delas.
Até agora, os procuradores conseguiram uma autorização judicial para a venda da primeira parte da apreensão, estimada em 10 milhões de dólares. Estes Bitcoins estavam armazenados em uma carteira Ledger Nano X. Fontes próximas ao caso indicam que os procuradores também planejam vender uma quantia adicional de Bitcoin, avaliada em milhões de rublos, além de propriedades imobiliárias na região de Moscou e uma motocicleta Honda.
A venda total dos 1.032,1 BTC, no entanto, tem sido dificultada por desafios legais, com alegações de que Tambiev possa ter transferido alguns de seus bens para membros da família. Em novembro de 2024, o Procurador-Geral russo apresentou um processo contra Tambiev e seu tio, Shagaban Kubanov, buscando a permissão do tribunal para a venda de parte de sua propriedade em benefício do Estado. Uma segunda ação foi ajuizada em 20 de dezembro de 2024.
O tribunal de Nikulinsky já havia determinado, em 2023, que a totalidade do Bitcoin apreendido fosse confiscada de Tambiev, o que resultou na apreensão dos 1.032,1 BTC de seus dispositivos. Atualmente, Tambiev cumpre pena em uma colônia penal de segurança máxima, além de ter sido multado em 500 milhões de rublos (aproximadamente 5 milhões de dólares) e despojado de seu cargo de major.
O caso também envolveu outros indivíduos: Kristina Lyakhovenko, ex-colega de Tambiev, foi condenada por aceitar suborno e sentenciada a nove anos de prisão. Já Dmitry Gubin, ex-deputado chefe do departamento investigativo do distrito de Tverskoy, em Moscou, está foragido, com a polícia ainda sem rastrear seu paradeiro.