Evgeny Masharov, membro da Comissão da Câmara Pública da Rússia, propôs uma medida inovadora para que o país crie uma reserva de Bitcoin utilizando fundos confiscados em investigações criminais. A proposta foi divulgada nesta quinta-feira (20) pela agência estatal de notícias russa, Tass.
A ideia de Masharov é aproveitar a crescente adoção das criptomoedas na Rússia, especialmente em meio às sanções internacionais, para acumular Bitcoin de maneira estratégica. A iniciativa se assemelha ao modelo implementado por Donald Trump nos Estados Unidos, onde o governo norte-americano já possui uma grande reserva de Bitcoins. De acordo com dados da Bitcoin Treasuries, o governo dos EUA atualmente detém cerca de 198 mil BTC, equivalente a aproximadamente R$ 95 bilhões. Em contraste, a Rússia ainda não possui nenhuma reserva significativa de Bitcoin.
Masharov defende a criação de um fundo especial onde as criptomoedas apreendidas seriam registradas, com o objetivo de aumentar seu valor ao longo do tempo. A proposta prevê que, após a valorização das moedas, o governo possa vender os ativos digitais e investir os lucros em áreas como educação, projetos ambientais e sociais, beneficiando o desenvolvimento do país.
Em sua argumentação, Masharov reforça que as criptomoedas confiscadas em investigações criminais devem ser usadas para o bem do Estado. Ele destaca que a Rússia já reconhece as criptomoedas tanto como propriedade quanto como evidência material em processos judiciais. Esse movimento, segundo o legislador, não só ajudaria na valorização das moedas digitais como também em sua eventual utilização para financiar iniciativas de interesse público.
Essa proposta, embora similar à adotada pelos Estados Unidos, se diferencia de forma significativa. Enquanto o governo americano, sob a administração de Trump, decretou que os Bitcoins apreendidos não devem ser vendidos, com uma política semelhante àquela aplicada ao ouro, a Rússia parece mais interessada no potencial de valorização e na natureza anti-censura do Bitcoin. Em dezembro, o presidente Vladimir Putin declarou que o Bitcoin não pode ser controlado por nenhum país, sugerindo que o governo russo poderia realizar investimentos no ativo digital.
Além da Rússia e dos Estados Unidos, outros países também têm se beneficiado do caráter descentralizado do Bitcoin. A Coreia do Norte, por exemplo, atualmente possui mais de 13.500 BTC, um montante superior ao de países como El Salvador e Butão. Esses dados reforçam o fato de que o Bitcoin está se tornando cada vez mais relevante no cenário global, com diversas nações entrando na disputa para controlar grandes reservas dessa criptomoeda.
Neste momento, o Bitcoin opera de maneira estável na faixa dos US$ 83.750, destacando seu valor como ativo no mercado global. Assim, a corrida pelo controle das reservas de Bitcoin entre países como os EUA, a Rússia e até mesmo a Coreia do Norte está longe de terminar, e poderá impactar significativamente o futuro das criptomoedas no cenário internacional.