Certamente, um dos maiores escândalos no mercado de criptomoedas em 2022 ocorreu em maio. Na época, os investidores cripto viram o colapso do ecossistema Terra. O mesmo levou os preços da altcoin Terra Classic (LUNC) e da “stablecoin” USTC para o fundo do poço.
Esse fator fez com que o meio não enxergasse mais as stablecoins algorítmicas com tanto apreço, principalmente o USTC.
Enquanto o LUNC perdeu 99% de sua capitalização de mercado, o USTC, que foi criado para manter paridade com o dólar americano, viu a mesma morrer em questão de horas.
Logo após o colapso, a comunidade das altcoins foi dividida em duas.
Em uma frente estão os que apoiam a versão repaginada do Terra e em outra os que decidiram ficar com a versão colapsada.
O que estamos observando nos últimos dias é que há uma grande volatilidade no campo das altcoins antigas do ecossistema.
Notícias sobre queima de tokens ou mandatos de prisões da equipe da Terraform Labs, estão causando efeitos na capitalização do LUNC.
Mas e o USTC? O que fez ele disparar nas últimas 24 horas?
Embora tenha sido criado para ser estável, essa característica está bem longe da realidade do USTC.
A alta de 40% foi motivada pela apresentação de Tobias Andersen que fez uma proposta de re-fixar a stablecoin. Ou seja, fazer com que o USTC volte a ter um peg com o dólar americano.
O documento apresentado visa reduzir a dívida que foi acumulada em maio durante o evento “cisne negro”.
Para isso, o engenheiro de blockchain trouxe como funcionaria diversas propostas de resgate, incluindo o processo para recapitalizar a stablecoin usando medidas semelhantes às de flexibilização quantitativa (QE).
“O QE pode ser aplicado de várias maneiras e países como o Japão o levaram ao extremo de maneiras que provavelmente contribuíram para um crescimento significativo em commodities e criptomoedas, durante o último mercado em alta”, informa o documento.
No entanto, é válido informar que Andersen não acredita no poder do QE para longo prazo.
“Embora a implementação de uma estratégia de QE tenha a capacidade de criar um ciclo de crescimento de curto prazo, provavelmente não seria sustentável de médio a longo prazo, devido ao nosso excesso de oferta de LUNC””
O engenheiro lembrou ao leitor que qualquer aumento na oferta monetária primária do M2 tornaria o investimento proibitivo para os recém-chegados, pois eles ficariam cautelosos com futuras “distribuições” de QE.
“Pode-se tentar evitar esse cenário acelerando o investimento em crescente utilidade on-chain, no entanto, devido à baixa taxa de sucesso das start-ups em geral e à curta “janela de oportunidade” em que o QE terá um efeito positivo na rede, essa estratégia equivale a uma aposta de muito alto risco, com recompensas muito limitadas”.
Sendo assim, o que poderia ser feito?
Alex Forshaw, Edward Kim e Maximilian Bryan, membros da comunidade Terra Classic, fizeram uma proposta para reestruturar o USTC através da criação de um token fungível algorítmico, USTN.
Esse passo seria garantido por uma reserva descentralizada inicialmente de BTC (60%) e LUNC capitalização de mercado (variável) protegida por um sistema de controle de capital (aprimorado) Terra.
Mas essa ideia também encontrou contratempos porque a proposta era a cunhagem de novos tokens LUNC.
Nesse sentido, vemos que ainda há um caminho a ser percorrido para que o USTC tenha seu peg voltado para o dólar americano.