Recentemente, o mundo das criptomoedas testemunhou um evento intrigante: duas carteiras de Bitcoin que estavam inativas por mais de dez anos foram reativadas e movimentaram a soma de US$ 60 milhões em Bitcoin (BTC).
O movimento dessas carteiras foi identificado e divulgado pelo Lookonchain, um serviço especializado no rastreamento de transações significativas de criptomoedas, através de um tweet que noticiou a transferência de 1.000 BTC entre as carteiras “16vRqA” e “1DUJuH”. Essas carteiras haviam recebido 500 BTC cada em 13 de setembro de 2013, quando o Bitcoin valia cerca de US$ 124. Com o preço atual do Bitcoin a US$ 61.107, o retorno sobre o investimento (ROI) alcançou impressionantes 49.179,8%.
Este evento não é um caso isolado. Em 6 de maio, uma outra carteira que também estava inativa por uma década movimentou 687,33 BTC, equivalente a aproximadamente US$ 44 milhões. Tais movimentações de grandes volumes de Bitcoin suscitam especulações sobre a identidade dos proprietários das carteiras. Discute-se se poderiam ser de Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, de primeiros mineradores que haviam esquecido suas reservas, ou de investidores que adotaram a estratégia de “HODL” (manter a posse dos bitcoins a longo prazo).
Além disso, o contexto em que essas transações ocorrem é particularmente relevante. A atual volatilidade do mercado de Bitcoin tem dividido analistas sobre as tendências futuras dos preços. Enquanto alguns esperam que o Bitcoin alcance ou ultrapasse US$ 70.000 nos próximos meses, outras análises sugerem que detentores de longo prazo estão vendendo suas participações.
JA Martunn, analista, destaca que a métrica “Coin Days Destroyed” indica que grandes detentores estão se desfazendo de suas reservas, um sinal que pode prever um pico nos preços. Martunn observa que este ciclo de vendas por novos investidores pode eventualmente levar a uma capitulação, onde investidores menos experientes acabam vendendo suas participações para os mais veteranos.
Por fim, Axel Adler, outro analista, aponta que o preço médio de compra das novas “baleias” é de US$ 61.200. Adler sugere que este valor serve atualmente como suporte e, baseando-se em comportamentos passados, novos investidores que compraram nesse patamar podem enfrentar estresse se os preços caírem abaixo dessa marca. Adler recomenda a estratégia de “HODL” como a mais simples para aliviar esse estresse.