A estatal venezuelana de petróleo, Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), está adotando criptomoedas para contornar as sanções renovadas dos Estados Unidos contra o setor de petróleo e gás do país, de acordo com a Reuters.
A PDVSA vem utilizando o USDT para exportações de petróleo desde o ano passado. Até o final do primeiro trimestre de 2024, a empresa havia conseguido migrar boa parte de suas transações à vista para contratos que exigem pré-pagamento na stablecoin da Tether. Sendo assim, novos clientes precisam obrigatoriamente realizar pagamentos através de uma carteira digital.
“Transações em USDT, da forma como a PDVSA está exigindo, não passam pelo departamento de compliance de nenhuma corretora. Logo, a única maneira de funcionar é através de um intermediário”, explicou um operador do mercado.
Essa mudança ocorre após a decisão do governo Biden de restabelecer sanções contra a indústria de petróleo e gás da Venezuela na semana passada.
As sanções foram reintroduzidas porque o governo de Nicolás Maduro não cumpriu os termos de um acordo assinado em Barbados, em outubro de 2023, que tinha como objetivo pavimentar o caminho para uma eleição presidencial limpa e justa em 2024.
Além disso, Maduro intensificou a repressão contra opositores políticos, como a desclassificação da importante candidata da oposição María Corina Machado.
Os Estados Unidos inicialmente impuseram severas sanções ao setor petrolífero venezuelano após a reeleição do presidente Maduro em 2018, considerada ilegítima pelos EUA.
No entanto, o governo Biden flexibilizou essas sanções em outubro do ano passado, na sequência de um acordo entre o governo venezuelano e partidos da oposição sobre a eleição de 2024.
Durante os seis meses em que as sanções foram suspensas, a Venezuela conseguiu aumentar suas exportações de petróleo para quase 900.000 barris por dia, com a maior parte indo para a China e uma parcela significativa para os próprios EUA.