Cinco suspeitos foram presos por envolvimento em uma rede criminosa acusada de aplicar golpes milionários com investimentos em criptomoedas, segundo informou a Europol, agência da União Europeia para Cooperação Policial. A operação foi conduzida pela Guardia Civil espanhola, com apoio da Europol e das autoridades dos Estados Unidos, França e Estônia.
As detenções ocorreram na última quarta-feira, sendo três efetuadas nas Ilhas Canárias e duas na cidade de Madri. De acordo com os investigadores, os acusados faziam parte de uma organização responsável por enganar mais de 5 mil pessoas, causando um prejuízo estimado em 460 milhões de euros — o equivalente a cerca de 542 milhões de dólares no momento da divulgação.
Para executar os golpes, os líderes do esquema teriam contado com uma rede internacional de colaboradores. Esses agentes atuavam na captação dos valores por meio de diferentes mecanismos, como saques em dinheiro, transferências bancárias e transações com criptomoedas. As autoridades afirmam que a operação criminosa foi cuidadosamente arquitetada para ocultar a origem dos recursos desviados.
A investigação apontou ainda que o grupo teria estabelecido uma estrutura corporativa e bancária em Hong Kong. Supostamente, utilizavam gateways de pagamento e contas em nomes de terceiros em diversas exchanges para movimentar os valores obtidos de forma ilícita — prática que complica o rastreamento do dinheiro.
O caso é considerado um dos maiores esquemas de fraude com criptoativos já registrados em território espanhol. Ainda no início do ano, autoridades locais congelaram mais de 26 milhões de dólares em ativos digitais relacionados a outra operação de lavagem de dinheiro.
Enquanto isso, os Estados Unidos seguem intensificando o combate a fraudes com criptomoedas. Em 18 de junho, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou a apreensão de mais de 225 milhões de dólares ligados a golpes de investimentos fraudulentos, incluindo o modelo conhecido como pig butchering, uma tática que consiste em “engordar” a vítima com promessas constantes de lucro antes de convencê-la a enviar quantias cada vez maiores.
No mesmo mês, autoridades norte-americanas relataram que cinco réus assumiram a culpa por integrarem um esquema fraudulento de 37 milhões de dólares envolvendo envio de criptomoedas para o Camboja.