O Google processou judicialmente um grupo de golpistas chineses no Tribunal Distrital Sul de Nova York, acusando-os de usar plataformas da gigante para distribuir e promover aplicativos de cripto falsos.
O processo cita Yunfeng Sun e Hongnam Cheun como os idealizadores da fraude. A dupla teria criado e publicado pelo menos 87 aplicativos falsos de investimento e exchanges de criptomoedas na Google Play, com o intuito de enganar usuários e obter ganhos financeiros ilícitos.
Segundo o Google, o esquema fraudulento operava desde 2019. Os golpistas atraíam vítimas para baixar os apps por meio de campanhas de mensagens de texto usando o Google Voice, vídeos promocionais online no YouTube e programas de marketing afiliado que ofereciam comissões a usuários que indicassem outras pessoas.
O Google baseia sua acusação na Lei RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act), a qual normalmente é aplicada a membros do crime organizado. A legislação prevê penas de prisão de até 20 anos e severas multas financeiras.
Além disso, o processo alega quebra de contrato, pois os réus “fizeram múltiplas declarações falsas” sobre sua identidade e localização para disponibilizar os aplicativos fraudulentos na Google Play.
Acontecendo a condenação, o Google busca indenização por danos gerais e uma liminar permanente contra os acusados, impedindo-os de criar contas nas plataformas da empresa ou acessar seus serviços.
“Somente em 2023, observamos mais de um bilhão de dólares em fraudes e golpes envolvendo criptomoedas nos Estados Unidos. Este processo nos permite não apenas utilizar nossos recursos para proteger os usuários, mas também servir como uma espécie de precedente contra futuros criminosos, deixando claro que esse tipo de comportamento não será tolerado”, afirmou Halimah DeLaine Prado, consultora jurídica geral do Google.