Martii “Sirius” Malmi, um dos primeiros desenvolvedores envolvidos no projeto do Bitcoin, divulgou recentemente um conjunto de e-mails de 2009 que trouxeram à tona as preocupações de Satoshi Nakamoto sobre o consumo de energia da moeda digital.
Nas mensagens, o fundador anônimo do Bitcoin, sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, reflete sobre o potencial energético da moeda, comparando-a favoravelmente em termos de custo com o sistema bancário convencional.
A discussão enfatiza que, embora o Bitcoin possa exigir um investimento energético significativo, esse gasto poderia ser menor do que os custos operacionais dos bancos tradicionais, incluindo suas infraestruturas físicas e operações intensivas em recursos.
A questão da identidade de Satoshi Nakamoto persiste, alimentando um debate contínuo. Craig Wright, empresário australiano, reivindicou ser Nakamoto em 2016, encontrando oposição de membros da comunidade digital, incluindo Jack Dorsey, cofundador do X, e a Crypto Open Patent Alliance (Copa), que contestaram judicialmente suas alegações. Este embate destaca a disputa sobre a autenticidade e propriedade intelectual relacionada ao Bitcoin.
Durante o julgamento de Wright, os e-mails fornecidos por Malmi serviram como prova, destacando argumentos de Wright sobre a eficiência energética do Bitcoin em comparação com as práticas bancárias existentes. Wright defendeu que, mesmo com o alto consumo de energia, o modelo operacional do Bitcoin permanece uma alternativa viável e menos dispendiosa.
Além disso, Colin Wu, um repórter baseado na China, contribuiu para a discussão ao chamar atenção para a preocupação de Nakamoto com a classificação do Bitcoin primariamente como um investimento, o que poderia atrair atenção regulatória indesejada. Esse aspecto sublinha a complexidade da posição do Bitcoin no espectro financeiro e legal.
A revelação desses e-mails por Malmi e a subsequente cobertura por Wu introduzem novas perspectivas no debate sobre o consumo de energia do Bitcoin. Enquanto o mecanismo de consenso de prova de trabalho da moeda é reconhecido por sua segurança e eficácia na prevenção de fraudes, seu impacto ambiental permanece um ponto de preocupação e discussão dentro da comunidade.