Em meio à complexidade das camadas e protocolos de rede que competem por desenvolvedores, usuários e recursos, uma nova confrontação se desenrola no universo blockchain. O palco do embate é a Cardano (ADA) e a Base. Enquanto a primeira se destaca por ser uma Layer 1 rápida e escalável, a segunda cresce em usabilidade por oferecer transações com escalabilidade para o Ethereum (ETH).
O valor total bloqueado (TVL) na Base chamou a atenção, sendo quase três vezes superior ao da Cardano. A discussão sobre as duas redes ganhou força na plataforma X.
Parul Gujral, fundador da carteira de criptomoedas Snowball Money, contrapôs o TVL de US$422 milhões na Base aos US$168 milhões da Cardano, que já tem seis anos de existência. No entanto, é válido destacar que os contratos inteligentes na blockchain da ADA chegaram apenas em 2021, época em que os protocolos DeFi puderam, de fato, ser criados na altcoin.
Atualmente, cerca de 30% do TVL da Base é composto por stablecoins, principalmente o USDC, ativo estável que possui suporte da Coinbase, empresa por trás do lançamento da Layer 2.
Em contrapartida, menos de 10% do valor total bloqueado da Cardano encontra-se em stablecoins, sendo a dominância majoritariamente do seu token nativo ADA e tokens de protocolo.
Mas por que o TVL é importante?
O valor total bloqueado é uma medida utilizada para quantificar o capital total empregado em redes e protocolos DeFi, como tokens deixados em staking por validadores, pools de liquidez, contratos inteligentes de empréstimo e pools de lançamento para novos IDOs. Tal métrica auxilia investidores a analisar projetos, fornecendo insights sobre a utilidade das blockchains e a confiança dos usuários.
De acordo com a taxa MCap/TVL da DefiLlama, a Cardano tem uma pontuação de 57,85. Ou seja, há um dólar em TVL para cada US$57,85 em capitalização de mercado. Essa classificação posiciona a ADA como a rede mais “cara” entre as 15 principais blockchains de TVL na plataforma.
Mas as análises devem ir além do TVL.
Conforme destacado por Conrad, COO da Kora Labs, a Base encontrou obstáculos em 5 de setembro, sendo incapaz de produzir novos blocos até sua reinicialização, o que mostra não só ineficiência da plataforma em usabilidade atualmente, mas também um alto grau de centralização.
Já a Cardano necessita que um alto número de interrupções parciais ou significativas para que a rede seja prejudicada, mostrando que nessa área ela possui mais pontos positivos que a Layer 2 da Coinbase.
Com isso, podemos constatar que a noção de “melhor” geralmente depende da perspectiva individual de valor, que pode variar de pessoa para pessoa. Ambos os projetos possuem metas diferentes e, por isso, o TVL não deve ser o único critério para avaliá-los.
