Conforme noticiado pelo Bolha Crypto, Sam Bankman-Fried (SBF), decidiu abandonar o cargo de CEO da empresa que fundou.
Além disso, SBF entrou com pedido de proteção contra falência do Capítulo 11 na manhã desta sexta-feira (11) para a exchange de criptomoedas e a Alameda Research.
O escolhido para o lugar de SBF foi John J. Ray III. Como medida imediata para consertar a casa, o novo diretor executivo da exchange centralizada disse que o consultor Alvarez & Marsal e o escritório de advocacia Sullivan and Cromwell vão atuar como consultores para o renascimento da FTX.
Ray é figura carimbada do mercado tradicional. Isso porque ele já trabalhou na reestruturação de empresas com falência decretada, como a Nortel Networks, por exemplo.
No entanto, o que realmente chamou a atenção no mercado de criptomoedas foi a presença do executivo na história da Enron Corporation.
Novo CEO da FTX e o escândalo da Enron Corporation
A companhia de energia americana cresceu em ritmo acelerado e, em 2000, já empregava cerca de 21.000 pessoas. Enron Corporation foi uma das grandes líderes em distribuição de energia e comunicações, com um faturamento que atingiu US$100 bilhões no início do ano citado.
Mas o império da empresa não durou.
Enron Corporation foi envolvida em denúncias de fraudes contábeis e fiscais e, no ano seguinte, já contava com uma dívida de US$13 bilhões. Além disso, seus acionistas perderam US$74 bilhões nos quatro anos que vieram antes de sua falência.
Segundo as investigações do caso, os executivos da Enron realizaram práticas contábeis que inflaram falsamente as receitas da empresa. Isso fez com que a companhia entrasse no top 10 das principais empresas dos Estados Unidos. Contudo, a revelação de fraude chegou e fez com que as ações, que antes eram negociadas a US$90, chegassem a ser trocadas de mãos a US$0.26.
Todo esse cenário fez com que a Enron realizasse o mesmo passo da FTX e entrasse com pedido de falência sob o Capítulo 11 dos EUA.
Durante a estadia de Ray como presidente da Enron após a falência da mesma, ele foi o responsável por supervisionar a liquidação da companhia e liderou o retorno de US$20 bilhões aos credores que foram impactados com a falência da empresa.
Já ouviu algo parecido com isso?
A história da FTX e da Alameda Research tem um pouco de semelhança com a da Enron.
Um sucesso muito grande realizado através de condutas reprováveis fez com que uma exchange top 10 do mercado cripto virasse pó. Não podemos deixar de mencionar o token da plataforma de negociação de criptomoedas que corrigiu mais de 80% em apenas cinco dias.
Sendo assim, na FTX, Ray terá muito trabalho como teve na era Eron, pois cerca de 100 entidades estão ligadas às empresas em falência e precisam de socorro.
